O
oitavo congresso ordinário do PAIGC, principal partido da Guiné-Bissau, que
devia realizar-se de 16 a 20 de janeiro, foi adiado para nova data, a ser
marcada no próximo fim-de-semana, anunciou hoje o partido em comunicado.
O
Comité Central do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde
(PAIGC) deve reunir-se entre quinta-feira e domingo para escolher uma nova data
do Congresso, quando será eleita a nova liderança do partido.
A
reunião, em Bissau, deverá também analisar o relatório do conselho de
jurisdição do partido sobre as sanções disciplinares de um conjunto de
militantes e dirigentes em litígio com a atual direção.
Vários
dirigentes do PAIGC estão suspensos do partido, entre os quais o atual
Presidente da República de transição, Serifo Nhamadjo, acusados de terem
desrespeitado as orientações do partido nas últimas eleições presidenciais
antecipadas.
Serifo
Nhamadjo, que acabou por ser Presidente de transição na sequência do golpe de
Estado de 12 de abril, apresentou-se como candidato independente às eleições
contra a vontade da direção do PAIGC, que apoiou Carlos Gomes Júnior, até aqui
presidente do partido.
Na
altura do golpe de Estado, Carlos Gomes Júnior era primeiro-ministro. Desde 12
de abril que está a viver em Portugal, desconhecendo-se se estará presente no
congresso, embora tenha apresentado, por carta, a recandidatura à liderança do
partido.
Tanto
Serifo Nhamadjo, como os que o apoiaram nas eleições presidenciais contra o
candidato oficial do PAIGC, Carlos Gomes Júnior, estão sob a alçada disciplinar
do partido.
Fontes
do PAIGC admitiram que "há uma forte tendência" para a anulação de
sanções a vários dirigentes, dada a necessidade de unir o partido, na
perspetiva das eleições gerais previtas para abril deste ano.
O
próprio comunicado do adiamento da data do congresso e da convocação da reunião
do Comité Central salienta que o partido pretende a reconciliação de militantes
e dirigentes.
"A
comissão permanente do 'bureau' político defende a necessidade do ressurgimento
de um PAIGC unido, reconciliado e preparado para assumir os grandes desafios
políticos que se avizinham", lê-se no comunicado.
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