sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Ramos Horta garante que ONU não irá impor solução para a Guiné-Bissau



Em entrevista exclusiva à Rádio ONU, Ramos-Horta, recentemente nomeado e indicado pelo secretário-geral das Nações Unidas para mediar a situação que se vive na Guiné-Bissau, garantiu que sua meta será promover o diálogo e a unidade nacional daquele país.

O representante especial do Secretário-Geral da ONU para a Guiné-Bissau foi peremptório em defender que qualquer solução para a crise política naquele país da comunidade lusófona passa, inevitavelmente, por acções concertadas entre os líderes do país, sociedade e Forças Armadas.


“São os guineenses que devem indicar para mim, para as Nações Unidas, o que querem para o seu país, quais os caminhos para chegar à estabilidade e democratização. A ONU só pode apoiar aqueles que desejam a paz, a democracia, a liberdade. A ONU não vai impor aos guineenses nenhuma solução feita pela organização.”, apontou o prémio Nobel da Paz.
Na entrevista, a partir de Lisboa , José Ramos Horta, que estará na Nações Unidas na próxima semana, destaca ainda que o foco dele será a promoção do diálogo e da unidade nacional.

“É muito importante que os guineenses se reconciliem, sarem as feridas, ponham uma pedra no passado, um passado trágico, mas que também foi um passado glorioso. A luta da independência foi uma das lutas mais inspiradoras do século 20. Nem tudo é negativo no passado da Guiné-Bissau, pelo contrário, teve um passado brilhante, glorioso.”
Recorde-se que a nomeação de Ramos Horta foi anunciada na última quarta-feira, 02, pelo porta-voz de Ban Ki-moon. Em nota, o Secretário-Geral ressaltou as três décadas de experiência política que o novo representante levará à Guiné-Bissau.

Nós últimos seis anos, José Ramos Horta foi ministro e presidente do Timor-Leste, e é onsiderado um dos heróis da independência timorense.
O novo representante especial do Secretário-Geral da ONU chegará à Guiné-Bissau mais de nove meses após o golpe de 12 de abril, que tirou do poder o presidente interino e o primeiro-ministro guineenses. No momento, o país tem um “governo de transição” que inclui militares e civis.
A situação na Guiné-Bissau já foi debatida, várias vezes, pelo Conselho de Segurança da ONU, que adotou uma resolução proibindo as viagens internacionais de alguns militares envolvidos no golpe.
Além disso, várias organizações internacionais e regionais têm tentado mediar a crise, incluindo a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a União Africana.Ouvir aqui ->

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