Bissau - Partidos políticos e organizações da sociedade civil da
Guiné-Bissau vão propor ao presidente de transição a criação de um espaço de
concertação para gerir "um novo período de transição" a iniciar a
partir de 16 de Maio, noticiou a Lusa.
Segundo fontes partidárias, a criação de um novo espaço, que poderá ser
designado Comissão Partidária Social de Transição, foi estudada numa reunião
que juntou quarta-feira partidos políticos, organizações da sociedade civil e
sindicatos.
A ideia, disse à Lusa uma fonte sindical, é propor ao presidente de
transição, Serifo Nhamadjo, a criação de um órgão de diálogo "que saia
fora do âmbito puramente partidário" e que possa "ajudar o período de
transição".
Tanto as fontes partidárias como as sindicais que participaram no encontro,
que juntou cerca de 70 pessoas, disseram à agência Lusa que as partes tentam
encontrar "uma plataforma de diálogo nacional" que possa vir a gerir
o país a partir do dia 16 de Maio, data em que formalmente termina o actual
período de transição fixado depois do golpe de Estado de 12 de Abril de 2012.
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que apoia
as actuais instituições que gerem a transição na Guiné-Bissau, acordou com a
maioria de partidos guineenses que as eleições gerais deveriam ter lugar um ano
após o golpe de Estado, mas as autoridades de Bissau já afirmaram ser
impossível cumprir esse calendário por falta de condições técnicas e
financeiras.
Nos últimos dias, quase todos os partidos e organizações da sociedade civil
guineense têm vindo a público afirmar ser necessário fixar-se uma num novo
calendário de transição.
Confrontado com a ideia, Orlando Viegas, porta-voz do encontro, confirmou à
Lusa que as partes estão a arranjar uma solução para após o período de
transição e que esse exercício deve ser de todos os guineenses.
"A partir do dia 16 de Maio termina o período de transição. Os
guineenses entenderam que devem começar a pensar o país a partir desse período,
é esse exercício que estamos a fazer aqui", afirmou Orlando Viegas, um dos
vice-presidentes do Partido da Renovação Social (PRS), promotor do encontro.
Orlando Viegas disse ser intenção dos envolvidos no processo criar "as
grandes linhas da nova transição" a iniciar a partir de 16 de Maio, embora
o novo espaço não tenha pretensões de substituir o Parlamento.
Após a aprovação da proposta pelos partidos e organizações da sociedade
civil o documento será remetido ao Presidente de transição, ao governo e às
chefias militares.
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