Bissau
- Os dois principais partidos no parlamento da Guiné-Bissau, o PAIGC
e o PRS, desentenderam-se hoje sobre a pertinência de um debate de
urgência, que se devia ter realizado para analisar a governação do
país.
O
debate, anunciado na quinta-feira pelo presidente do parlamento,
Braima Sory Djaló, devia ter sido hoje, mas o PAIGC (Partido
Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) diz que falta um
requerimento para tal, enquanto o PRS (Partido da Renovação Social)
afirma que a iniciativa não é pertinente neste momento.
"Para
que haja um debate de urgência no parlamento, com base no regimento,
alguém, neste caso um grupo parlamentar, tem de fazer um
requerimento dirigido ao presidente do Parlamento, que se der o seu
despacho favorável no dia a seguir é marcado o debate de urgência",
disse Rui Diã de Sousa, líder parlamentar do PAIGC.
Certorio
Biote, líder da bancada parlamentar do PRS, em exercício, disse
que, para o seu partido, o debate de urgência pode até ser
convocado, mas não é o mais importante neste momento da vida do
país.
"Devíamos
deixar as querelas internas de lado. Pode haver razões para o debate
de urgência mas pensamos que isso só vai agudizar os problemas e
adiar o país", defendeu Certório Biote, apontando "as
tarefas essenciais" para o país.
"Para
nós do PRS o debate de urgência não é o mais importante neste
momento. O parlamento criou uma comissão parlamentar para rever o
Pacto de Transição e o Acordo Político. A comissão fez um
trabalho brilhante que já foi remetido ao presidente do parlamento.
Caminha-se para a criação de um Pacto de Regime que irá dirigir o
país até à conclusão da transição", observou Biote.
O
dirigente dos renovadores lembrou que a última cimeira da CEDEAO
(Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) instou os
guineenses a realizarem as eleições gerais até ao final deste
ano.
Para
já não existe nenhum requerimento, mas o líder parlamentar do
PAIGC, Rui Diã de Sousa disse que por iniciativa da sua bancada
poderá dar entrada um pedido de debate de urgência para
segunda-feira.
"O
PAIGC vai promover hoje uma sessão de concertação com outros
grupos parlamentares e até com deputados sem bancada para
analisarmos a pertinência ou não de se avançar com um
requerimento", anunciou Diã de Sousa.
"No
nosso entender, no entender da nossa bancada, pensamos que há toda
uma necessidade para debatermos seriamente porque existem muitos
problemas, problemas sérios que justificam um debate aturado. Só
assim é que vamos ajudar este país", sublinhou o líder do
grupo parlamentar do PAIGC.
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