sábado, 22 de junho de 2013

FREHU-N-FLIF Nº 14: A FORÇA E FRAQUEZA DO POVO QUE SOMOS



As Crianças são as flores da nossa luta
O apregoado Governo de Transição Inclusivo, recentemente, constituído, na Guiné-Bissau, com a participação do PAIGC, que, há um ano, se recusara a integrá-lo, suscita algumas reflexões sobre a Força e Fraqueza do Povo que somos. 
 
De alguma maneira, em linha com a notícia de graves divergências, surgidas, na última Assembleia Parlamentar da CPLP, realizada em Lisboa, na passada Terça-Feira (18 de Junho), concernente à redacção das conclusões finais das suas resoluções, prolongando a sessão por várias horas, vindo a ser assinada, apenas, na manhã do dia seguinte (19 de Junho de 2013). 
 
O ponto da discórdia tinha a ver com a referência à evolução da situação política na Guiné-Bissau, feita em termos mais favoráveis, com uma proposta séria e credível, no sentido do envio de uma Missão Parlamentar da CPLP à Guiné-Bissau, antes das Eleições Presidenciais e Legislativas! 
 
Percebe-se de que lado vinha a discordância, em face de uma entrevista de Ramos Horta, inusitadamente, pacificadora, saída no Jornal Público (de Portugal), na manhã do dia da assinatura!

Não houve quem não estranhasse! E choveram telefonemas, alertando para a entrevista! 
 
A CPLP é uma Comunidade que, neste momento, parece encontrar-se no seu ponto mais alto de “divergências”, mesmo na elaboração de conclusões de uma Cimeira vulgar, sem pontos quentes, publicamente perceptíveis.

Multiplicam-se, entretanto, discursos (dir-se-ia) ridículos, sendo o caso mais notável o do representante de Angola, que deixou transparecer algumas prepotências, que lhe vinham, certamente, do fundo da alma.

No entanto, no nosso País, não falta gente, que se nega a ser, ou pertencer, a um Povo humilde e respeitador. Gente que se julga nascida para mandar e dominar, não para servir.

De todos os cantos do País, nunca foi difícil reconhecer o Povo ao qual a Guiné–Bissau, enquanto Nação, é devedora, não só, pelas suas grandes capacidades, mas, também, pelas suas limitações e fraquezas.

O confronto deste Povo, em clara maioria, com outros que se encontram numa espécie de exílio voluntario, é mais evidente, quando se compara com tantos inúteis, que souberam aguardar a sua hora para se tornarem “grandes”, ainda que não passem de figuras de segunda categoria.

Desta gente nasceu uma multidão, que cresceu mais do que seria de esperar, até pelo favor daquele povo, que se deixa encandear facilmente pelo fulgor dos que se tornaram “gente importante”, à sua custa, ainda que sem mérito próprio, mas por influência alheia e por caminhos tortuosos. 
 
Um dia, estas mazelas emergirão e farão, com certeza, estragos na nossa sociedade.

Na CPLP, fala-se, hoje em dia, a torto e a direito, do Povo que mais ordena, alargando o dito para o Povo Guineense, que, de golpe em golpe, já não aguenta mais, está à beira do desespero, porque foi enganado e explorado pelo Governo de Carlos Gomes Jr. 
 
Mas, quem, normalmente, assim, fala, já não pertence ao Povo Guineense. 
 
Porque vive sem dificuldade, luta pelos privilégios próprios, de grupinhos de Bissauzinhos ou partidário. Esse tipo de gente promete ao Povo mundos e fundos, mas, tão-depressa, esquece o que promete. 
 
É neste contexto que vêm, ao de cima, os defeitos do Povo, as suas fraquezas, e que, quem cresceu num clima de interesses, sabe explorar muito bem, como é caso do Poder em Angola. 
 
O povo guineense torna-se, em tais situações, massa manobrável, que dá rédea solta ao individualismo e à inveja de uma comunidade, como a CPLP, que reage por emoções, porque ninguém lhe dá razão, ficando a balancear para o lado que melhor sabe tocar no sentimento, na perda de valores morais ou políticos e na capacidade de reflexão e de decisão, respondendo à batuta de quem o utiliza, tornando-se ingrato e dobrando-se, subservientemente, perante quem o engana e utiliza em proveito próprio.

O Povo Guineense parece, em tais situações, que deixa de reconhecer-se a si próprio, esquece as capacidades que o levaram a empreender a luta contra o colonialismo e a alcançar assinaláveis vitórias, em tempos de crise, estimulado pelo sonho de melhores dias no futuro.

Não nos esquecemos, todavia, que o Povo Guineense goza de direitos que nunca foram reconhecidos, como o direito à oportunidade na vida, que lhe foi negado, durante muito tempo, devido à pressão imposta por interesses alheios. 
 
Obra de quem não estava minimamente interessado em servi-lo, mas em servir-se dele. 
 
O Povo Guineense era, então, gente anónima! 
 
Mas, por sua própria iniciativa e capacidade de luta, ganhou nova energia, através das suas Forças Armadas, e rompeu o anonimato a que estava sujeito. 
 
Ganhou o direito a ter voz activa nos assuntos do seu País!

Os mais atentos perceberam esta força e determinação e depressa se colaram ao Povo, que se ia libertando, tirando daí proventos imerecidos. 
 
Muitas vezes, com intentos encobertos, mas dominador e com outros horizontes que não são os do Povo Guineense. 
 
O regime democrático, com os seus valores e oportunidades, acabou por dar mais importância aos interesses partidários do que ao bem comum. A igualdade tornou-se um mito, uma miragem, uma palavra para ser usada só em comícios.

As Regiões, Sectores e Tabancas tornaram-se inúteis, na política empreendida pelos sucessivos Governos. 
 
A crise que se vive a Guiné é fruto da destruição dos valores etno-culturais e da família, da alteração dos horizontes de vida real do pais, da prioridade dada ao ter, ao poder e ao gozar, em detrimento da verdade e da justiça. 
 
Quem vai tirar o País da situação em que se encontra? O Povo! O nosso Povo!

Quando um dia sacudir os intrusos, o nosso Povo voltará a ter consciência das suas capacidades, assentes nos valores da Unidade Nacional, e, desse modo, ultrapassará as suas deficiências e lutará contra as acções perversas dos agentes externos, que sempre pretendem desviar o Povo do caminho certo para disso tirarem proveito. 
 
Acreditamos que esse dia não tardará! A Força do nosso Povo está na sua lucidez e capacidade para se manter unido e coeso, em momentos difíceis da vida do País, em especial, nos momentos de crise.
(até próxima edição)
PARTICIPA COM A TUA OPINIÃO!
Conhecendo a realidade do País, você estará colaborando para a Paz e Estabilidade Política e Social da Guiné-Bissau, pela Verdade e Justiça! Por isso, leia o nosso próximo Tema, neste blogue, no dia 29.06.2013
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2 comentários :

  1. Sanches Semedo caros compatriotas guineenses acabem com as ideias preconceituosos das etnias na guine .todos nós somos guineenses ficaria estético se dissessem intelectuais guineenses na diáspora .evitem de criar ódios e a divisão entre as etnias da guiné .agora na guiné ninguem é pura .estamos todos misturados .nasceram nova geração que é o elo da ligação de todos os guineenses .somos produtos duma mistura que ninguem pode desvalorizar.quem lançou essa ideia foi infeliz na sua forma de pensar ,a pessoa deve ser o produto da mistura entre as duas etnias . mais uma vez evitem de criar o divisionismo entre os guineense um forte abraço para todos irmãos guineenses

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  2. Amará Siaja Jaurá Wilrane Fernandes agradecia que parasse de postar as publicações do teu blog no meu mural, caso contrário bloqueá-lo-ei em todos os grupos. Eu sou contra ideologias separatistas de ajustes de contas que você defende.Abraço

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COMENTÁRIOS
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