As Crianças são as flores da nossa luta |
O
apregoado Governo de Transição Inclusivo, recentemente,
constituído, na Guiné-Bissau, com a participação do PAIGC, que,
há um ano, se recusara a integrá-lo, suscita algumas reflexões
sobre a Força e Fraqueza do Povo que somos.
De
alguma maneira, em linha com a notícia de graves divergências,
surgidas, na última Assembleia Parlamentar da CPLP, realizada em
Lisboa, na passada Terça-Feira (18 de Junho), concernente à
redacção das conclusões finais das suas resoluções, prolongando
a sessão por várias horas, vindo a ser assinada, apenas, na manhã
do dia seguinte (19 de Junho de 2013).
O
ponto da discórdia tinha a ver com a referência à evolução da
situação política na Guiné-Bissau, feita em termos mais
favoráveis, com uma proposta séria e credível, no sentido do envio
de uma Missão Parlamentar da CPLP à Guiné-Bissau, antes das
Eleições Presidenciais e Legislativas!
Percebe-se
de que lado vinha a discordância, em face de uma entrevista de Ramos
Horta, inusitadamente, pacificadora, saída no Jornal Público (de
Portugal), na manhã do dia da assinatura!
Não
houve quem não estranhasse! E choveram telefonemas, alertando para a
entrevista!
A
CPLP é uma Comunidade que, neste momento, parece encontrar-se no seu
ponto mais alto de “divergências”, mesmo na elaboração de
conclusões de uma Cimeira vulgar, sem pontos quentes, publicamente
perceptíveis.
Multiplicam-se,
entretanto, discursos (dir-se-ia) ridículos, sendo o caso mais
notável o do representante de Angola, que deixou transparecer
algumas prepotências, que lhe vinham, certamente, do fundo da alma.
No
entanto, no nosso País, não falta gente, que se nega a ser, ou
pertencer, a um Povo humilde e respeitador. Gente que se julga
nascida para mandar e dominar, não para servir.
De
todos os cantos do País, nunca foi difícil reconhecer o Povo ao
qual a Guiné–Bissau, enquanto Nação, é devedora, não só,
pelas suas grandes capacidades, mas, também, pelas suas limitações
e fraquezas.
O
confronto deste Povo, em clara maioria, com outros que se encontram
numa espécie de exílio voluntario, é mais evidente, quando se
compara com tantos inúteis, que souberam aguardar a sua hora para se
tornarem “grandes”, ainda que não passem de figuras de segunda
categoria.
Desta
gente nasceu uma multidão, que cresceu mais do que seria de esperar,
até pelo favor daquele povo, que se deixa encandear facilmente pelo
fulgor dos que se tornaram “gente importante”, à sua custa,
ainda que sem mérito próprio, mas por influência alheia e por
caminhos tortuosos.
Um
dia, estas mazelas emergirão e farão, com certeza, estragos na
nossa sociedade.
Na
CPLP, fala-se, hoje em dia, a torto e a direito, do Povo que mais
ordena, alargando o dito para o Povo Guineense, que, de golpe em
golpe, já não aguenta mais, está à beira do desespero, porque foi
enganado e explorado pelo Governo de Carlos Gomes Jr.
Mas,
quem, normalmente, assim, fala, já não pertence ao Povo Guineense.
Porque
vive sem dificuldade, luta pelos privilégios próprios, de grupinhos
de Bissauzinhos ou partidário. Esse tipo de gente promete ao Povo
mundos e fundos, mas, tão-depressa, esquece o que promete.
É
neste contexto que vêm, ao de cima, os defeitos do Povo, as suas
fraquezas, e que, quem cresceu num clima de interesses, sabe explorar
muito bem, como é caso do Poder em Angola.
O
povo guineense torna-se, em tais situações, massa manobrável, que
dá rédea solta ao individualismo e à inveja de uma comunidade,
como a CPLP, que reage por emoções, porque ninguém lhe dá razão,
ficando a balancear para o lado que melhor sabe tocar no sentimento,
na perda de valores morais ou políticos e na capacidade de reflexão
e de decisão, respondendo à batuta de quem o utiliza, tornando-se
ingrato e dobrando-se, subservientemente, perante quem o engana e
utiliza em proveito próprio.
O
Povo Guineense parece, em tais situações, que deixa de
reconhecer-se a si próprio, esquece as capacidades que o levaram a
empreender a luta contra o colonialismo e a alcançar assinaláveis
vitórias, em tempos de crise, estimulado pelo sonho de melhores dias
no futuro.
Não
nos esquecemos, todavia, que o Povo Guineense goza de direitos que
nunca foram reconhecidos, como o direito à oportunidade na vida, que
lhe foi negado, durante muito tempo, devido à pressão imposta por
interesses alheios.
Obra
de quem não estava minimamente interessado em servi-lo, mas em
servir-se dele.
O
Povo Guineense era, então, gente anónima!
Mas,
por sua própria iniciativa e capacidade de luta, ganhou nova
energia, através das suas Forças Armadas, e rompeu o anonimato a
que estava sujeito.
Ganhou
o direito a ter voz activa nos assuntos do seu País!
Os
mais atentos perceberam esta força e determinação e depressa se
colaram ao Povo, que se ia libertando, tirando daí proventos
imerecidos.
Muitas
vezes, com intentos encobertos, mas dominador e com outros horizontes
que não são os do Povo Guineense.
O
regime democrático, com os seus valores e oportunidades, acabou por
dar mais importância aos interesses partidários do que ao bem
comum. A igualdade tornou-se um mito, uma miragem, uma palavra para
ser usada só em comícios.
As
Regiões, Sectores e Tabancas tornaram-se inúteis, na política
empreendida pelos sucessivos Governos.
A
crise que se vive a Guiné é fruto da destruição dos valores
etno-culturais e da família, da alteração dos horizontes de vida
real do pais, da prioridade dada ao ter, ao poder e ao gozar, em
detrimento da verdade e da justiça.
Quem
vai tirar o País da situação em que se encontra? O Povo! O nosso
Povo!
Quando
um dia sacudir os intrusos, o nosso Povo voltará a ter consciência
das suas capacidades, assentes nos valores da Unidade Nacional, e,
desse modo, ultrapassará as suas deficiências e lutará contra as
acções perversas dos agentes externos, que sempre pretendem desviar
o Povo do caminho certo para disso tirarem proveito.
Acreditamos
que esse dia não tardará! A Força do nosso Povo está na sua
lucidez e capacidade para se manter unido e coeso, em momentos
difíceis da vida do País, em especial, nos momentos de crise.
(até próxima edição)
PARTICIPA COM A TUA OPINIÃO!
Conhecendo a
realidade do País, você estará colaborando para a Paz e Estabilidade Política e
Social da Guiné-Bissau, pela Verdade e Justiça! Por isso, leia o nosso próximo Tema,
neste blogue, no dia 29.06.2013
Colabore connosco. Dê
a sua sugestão por uma Guiné Melhor, mais Digna e Desenvolvida. Esse é o nosso
objectivo! Nada mais!
Sanches Semedo caros compatriotas guineenses acabem com as ideias preconceituosos das etnias na guine .todos nós somos guineenses ficaria estético se dissessem intelectuais guineenses na diáspora .evitem de criar ódios e a divisão entre as etnias da guiné .agora na guiné ninguem é pura .estamos todos misturados .nasceram nova geração que é o elo da ligação de todos os guineenses .somos produtos duma mistura que ninguem pode desvalorizar.quem lançou essa ideia foi infeliz na sua forma de pensar ,a pessoa deve ser o produto da mistura entre as duas etnias . mais uma vez evitem de criar o divisionismo entre os guineense um forte abraço para todos irmãos guineenses
ResponderEliminarAmará Siaja Jaurá Wilrane Fernandes agradecia que parasse de postar as publicações do teu blog no meu mural, caso contrário bloqueá-lo-ei em todos os grupos. Eu sou contra ideologias separatistas de ajustes de contas que você defende.Abraço
ResponderEliminar