O Governo de transição
vai assinar este mês o contrato de recenseamento biométrico com uma empresa da
Costa do Marfim, a Palmares.
Para este efeito, a
referida empresa já enviou uma carta de intenção ao primeiro-ministro, Rui
Duarte Barros, na qual solicita ao Executivo o seu respectivo orçamento,
estimado em pouco mais de 11 milhões de dólares.
O documento, a que a
PNN teve acesso, avança com a data de 15 de Setembro para o início dos
trabalhos de recenseamento em todo território nacional.
«Se podemos assinar o
nosso contrato no início do mês de Setembro, engajaremos, sob reserva de uma
cooperação firme e diligência de todos, para vos fornecer as listas eleitorais
nos meados de Janeiro de 2014», indica a carta.
Em termos técnicos, a
empresa Palmares disse ter escolhido a opção de apenas 500 kits de
recenseamento (25 para a diáspora e 25 de reserva) porque esta entidade estima
concretizar o recenseamento no prazo de três semanas.
«Na verdade, cada kit
permite o recenseamento de uma pessoa a cada cinco minutos, durante dez horas
por dia, que faz um total de 120 pessoas por dia», refere o documento.
Um outro pormenor da
carta enviada a Rui Barros é que se a empresa tiver em consideração uma média
de cem pessoas, tendo em conta as incertezas, os 450 kits existentes, é
possível recensear em média 45 mil pessoas por dia, ou seja, 18 dias para os
800 mil eleitores esperados.
De acordo ainda com a
fonte da PNN, a Palmares sublinha que é interessante notar que, mesmo
aumentando o número de kits para reduzir a duração do período de inscrição, não
se consegue atingir as suas expectativas porque a mobilização da população para
um período muito curto é difícil e improdutivo.
O assunto vem na
sequência do memorando enviado no dia 9 de Agosto ao Assessor Especial para
Assuntos Internacionais Hamilton Houphouet Boigny e ao Presidente da República
da Costa do Marfim, Presidente em exercício da CEDEAO, depois de vários
contactos iniciados por Alassana Ouattara com o Presidente da Comissão da União
Europeia José Durão Barros, bem como outros doadores para a mobilização dos
recursos necessários para a organização de eleições livres e transparentes na Guiné-Bissau.
Em termos de oferta, a
empresa admite reduzir custos, podendo optar pelos kits de registo biométrico
mais baratos e com menos opções, ou escolher cartões menos caros do que os
cartões PVC e menos dispendiosos que os cartões à chip, com as informações
armazenadas no cartão sob um código de barras impresso.
No entanto, a empresa
reconhece que esta oferta mais barata tem como desvantagem o facto de a
impressão no mapa desaparecer com o tempo e de o código de barras ficar
ilegível cerca de cinco anos depois.
Na carta, com a data de
19 de Agosto e assinada pelo representante da Palmares em Cotonou, Nasser Kojok
Tarraf, esta empresa avisa as autoridades de transição que aqueles que defendem
o método de recenseamento manual não gostam da Guiné-Bissau e não desejam que o
país ultrapasse os seus problemas com vista a alcançar uma democracia pacífica,
garantindo o desenvolvimento sustentável.
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