À procura de segurança
e refúgio, o Director da Rádio Baté – FM, da Guine-Conakry, baseada na região
de Kankan, encontra-se na Guiné-Bissau há precisamente uma semana, desde 15 de
Novembro.
A Liga Guineense dos
Direitos Humanos (LGDH) apresentou à imprensa, esta sexta-feira, 22 de
Novembro, Moussa Djaura, de 29 anos de idade. A organização está a encetar
diligências junto das autoridades nacionais e organizações de protecção
internacional, nomeadamente a representação da HCR na Guiné-Bissau, para
encontrar uma saída para o jovem jornalista.
Em conferência de
imprensa, o jornalista Moussa Djaura denunciou ser alvo de perseguição e de
ameaça à sua integridade física por parte do regime do Presidente Alpha Condé.
«Tudo aconteceu quando
as autoridades regionais de Kankan, face à penúria de energia eléctrica,
prometeram ultrapassar e garantir a energia durante um mês, na véspera da
visita do Presidente àquela região, facto que não aconteceu.
Aliás, a energia foi
garantida apenas durante dois dias e no dia da visita de Condé, facto que gerou
a revolta da população local», revelou Djaura.
Na qualidade de
jornalista, Moussa Djaura impulsionou entrevistas e debates críticos à
situação, processo durante o qual se registaram vozes de censura ao regime de
Alpha Condé, tendo os responsáveis policiais desencadeado logo operações de
perseguição ao jornalista e responsável da Rádio Baté – FM. A estação chegou a
ser encerrada, mas foi reaberta mais tarde.
Moussa Djaura saiu da
Guiné Conakry a 20 de Outubro com destino ao Mali, onde a sua segurança não
estava bem garantida, tendo recebido o conselho dos familiares para deixar
aquele país e seguido depois para o Senegal, onde chegou a 24 de Setembro.
No Senegal, o jovem
sentiu alguma insegurança na altura da Cimeira da CEDEAO, onde participou o
Presidente Alpha Condé, que enfrentou manifestações da comunidade guineense em
Dakar.
Em Bissau, o jornalista
foi acolhido pelo Administrador da Rádio privada Bombolom – FM, que o conduziu
depois à sede da LGDH. Mas antes, entre os três países onde podia pedir exílio,
nomeadamente os EUA, Suíça e França, Moussa Djaura escolheu este último pois
trata-se do único que tem embaixador residente na Guiné-Bissau Ainda assim, a sua
tentativa não teve sucesso.
«Dirigi-me à
representação diplomática francesa em Bissau. Quando lá cheguei apresentei o
problema e a resposta do cônsul foi que não podia considerar, facto que lamento
tanto».
Moussa Djaura pondera
desencadear uma greve de fome, em protesto contra o contexto em que vive, e
apela ao apoio de todos os «colegas jornalistas», porque «eu sou muito jovem
para enfrentar e aguentar uma tamanha pressão e perseguição desta magnitude».
A LGDH já enviou notas
de correspondência ao Ministro do Interior da Guiné-Bissau e à Representação do
ACNUR em Bissau, informando-os da situação de Moussa Djaura.
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