A população da zona de Valera, no norte da
Guiné-Bissau, junto à fronteira com o Senegal, está preocupada com a exploração
das areias pesadas por empresas estrangeiras, concretamente na aldeia de
Nhiquim.
Em 2008, as autoridades guineenses autorizaram a
empresa chinesa West African Union a procederaum estudo de prospecção a nível
nacional mas sem tocar na zona de Varela, que na altura foi concedida à empresa
russa TBS.
Segundo a Direção Geral da Geologia e Minas, a
Empresa Chinesa West African Union, mesmo sem proceder aos estudos de
viabilidade, sobre o impacto socioeconómico e ambiental, começou a exploração
tendo já exportado 10 contentores das areias pesadas para a China, o
equivalente a 260 toneladas. Este facto levou à detenção de altos funcionários
do Ministério dos Recursos Naturais em 2012, pelo Ministério Público.
Aldeia abandonada à própria sorte.
A aldeia de Nhiquim é considerada um depósito de
importantes jazidas de areias pesadas e tem limitada uma área de 350 hectares
prontos para exploração. No entanto, o governo guineense impõe como condição a
melhoria das condições de vida da população da área como contrapartida para a
exploração das jazidas.
A DW África visitou Varela e Nhiquim e deparou-se
com uma aldeia completamente isolada devido às mas condições de estrada. Os
camponeses queixam-se de dificuldades para o escoamento dos produtos agrícolas.
A ausência de instituições de Estado é visível, não
há água potável, faltam professores nas escolas, faltam técnicos de saúde para
os primeiros socorros.
Problemas
ambientais e humanos
Em 2010, o Governo concedeu licença de arrendamento
à empresa russa PÔTO SARL para proceder a prospeção complementar. A prospeção,
segundo Salifo Djata, habitante da povoação de Nhiquim, começa a ter impactos
negativos devido à salinização da água na aldeia. “Temos falta de água. Desde
que começaram a exploração, a água que consumimos ficou salgada. Somos
obrigados a percorrer três quilómetros àprocura de água”, diz.
A Empresa PÔTO SARL cumpriu apenas seis das 14
recomendações deixadas pela Célula de Apoio ao Impacto Ambiental (CAIA), que
serviam de condições para o início da exploração.
Mesmo perante o incumprimento, a empresa russa já
tem a declaração de conformidade ambiental emitida pela Secretaria de Estado do
Ambiente do Governo de transição. Wilson Cambidja, presidente de Associação de
Filhos e Amigos de Varela, diz que as receitas da exploração, não revertem para
a melhoria das condições de vida da população e ainda provocam danos na
agricultura.
Riqueza
mineral e insatisfação da população
Além de falta de infraestruturas, a população também
critica o facto de a exploração das areias pesadas mexer com as práticas
ancestrais da zona.
Cela Djédjo, régulo de Varela, protesta porque “onde
estão a fazer a exploração da areias é um lugar sagrado e se continuarem
podemos até morrer.”, afirma com convicção.
No âmbito do programa do desenvolvimento comunitário
a Empresa Russa PÔTO SARL prevê gastar 40 milhões de Francos cfa, cerca de 100
mil dólares a favor da população.
Minérios como ilmenite, rutilo e titânio são
extraídos das areias pesadas, e usados nas indústrias metalúrgica, aeronáutica
assim como na indústria nuclear.
Ver os indiciados em GOV1 de CGJ , GOV2 de RB e GOV3 de DSP
Um crime execrável que deve merecer a primeira atenção dos novos governantes, em paralelo com as autorizações para cotes de florestas. Os responsáveis devem ir para cadeia, se recursos!...
ResponderEliminarO problema. Agora. Reside no presidente. Promeça. Da campanha. Rever todos. Contratos. Batata. Quente. Na mão dele.que. Decidi. Agora.
ResponderEliminarO problema. Agora. Reside no presidente. Promeça. Da campanha. Rever todos. Contratos. Batata. Quente. Na mão dele.que. Decidi. Agora.
ResponderEliminarPlinio Gomes disse: A questão que se põe é a seguinte: onde vai o capital providente desses contratos? À população local deve usufruir de uma parte dessas riquezas.
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