terça-feira, 18 de novembro de 2014

Guiné-Bissau, Uma comunidade do interior do continente africano decidiu proclamar ter atingido a mítica meta de pelo emprego


Por, General Dr. Daba Naualna

Estava-se em pleno século xv, quando uma comunidade do interior do continente africano, tão abastada que era, decidiu proclamar ter atingido a mítica meta de pelo emprego. Era de facto rica e quase todo o mundo tinha emprego. O artesanato empregava uma fatia da população, fora os agricultores que ganhavam muito como o seu trabalho.

Mas apesar de tudo, esta comunidade debatia-se um problema gravíssimo qual seja: furto e assalto a mão armada dos gatunos que, vindo da comunidade vizinha, não sabiam fazer outra coisa senão roubar, furtar ou matar, se possível. Para fazer face à situação ergueram-se empresas de segurança, a par da polícias da ordem pública e judiciária que viram aumentar as suas responsabilidades na prevenção e combate à criminalidade deste género. A procissão vai ainda no adro, os tribunais se especializaram em matéria da criminalidade contra o património. Mas todas as medidas até aqui adoptadas eram insuficientes. Era preciso algo mais forte que dissuadisse os gatunos a se abster da má prática que vinham levando a cabo.

Foi então que se decidiu adoptar uma medida legislativa mais dura que consistia na punição do furto, roubo e homicídio com a pena capital (morte), Mais do que isso, os meros actos preparatórios seriam punidos com a mesma pena e por fim, estipulou-se, nessa mesma lei, que a deficiente formação da personalidade, ou melhor, quem tivesse a natural inclinação para o furto, roubo ou homicídio devia ser objecto de uma medida de segurança, que se traduz na detenção preventiva da pessoa, enquanto perdurar tal estado, independentemente de ter praticado crime ou não.

Com esta último pacote de medidas medidas conseguiu-se de facto debelar a criminalidade em causa e a sociedade respirou de alívio, finalmente.

Poucos meses depois, começaram a surgir problemas de outra natureza mas, igualmente, inquietantes. É que com o fim de furto, roubo e homicídio, como consequências das medidas adoptadas contra o crime, cedo se notou que já não eram precisos guardas-nocturnos, o que levou à falência as empresas desta área, lançando para o desemprego milhares de pessoas; Falava-se na necessidade de redimensionar o número dos efectivos da POP e da PJ, que meses depois lançaria outros milhares para o desemprego, sem contar com inúmeras fábricas de fechadura e de grades de vedação que já se começaram a falir, provocando despedimentos, com justa causa, em massa.

Por fim, tristemente, se chegou a conclusão de que o ladrão também produz emprego e o furto era saudável à sociedade.

Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.

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