
Depois de vários
políticos e comentadores terem colocado em causa a legalidade da detenção de
José Sócrates, o Jornal de Notícias foi ouvir a opinião de especialistas no
assunto.
O vice-presidente da Ordem dos Advogados teceu duras
críticas à forma como as autoridades detiveram Sócrates, garantindo que tudo se
tratou de “um espetáculo reprovável”.
“A detenção é absolutamente ilegal”, sublinhou,
explicando que “não havia necessidade de detenção pois não está preenchido nenhum
dos requisitos necessários”.
Os requisitos a que Rui da Silva Leal se refere
dizem respeito à pena que o crime em causa pode incorrer (deve ser superior a
cinco anos), ao facto de existir perigo de fuga ou de perturbação do inquérito
e também se se temer que, mesmo que seja notificado, o suspeito não compareça
perante as autoridades.
Também ao Jornal de Notícias, o juiz-desembargador
Rui Rangel recusou pronunciar-se sobre o caso concreto de José Sócrates, mas
explicou que, “em tese, a detenção fora de flagrante só deve acontecer se há
perigo de fuga ou de destruição de prova”.
Por último, o ex-bastonário da Ordem dos Advogados
frisou que “o normal é as pessoas comparecerem no tribunal mediante uma
notificação” e, por isso, considerou que o que aconteceu com
ex-primeiro-ministro “vai além do que o código prevê como regra”.
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