segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Dia dos Heróis Nacionais da Guiné-Bissau, o estado-maior general das forças armadas pretende demonstrar o grau de responsabilidade dos militares no processo de desenvolvimento de país

O Estado Maior General das Forças Armadas pretende demonstrar o grau de responsabilidade dos militares no processo de desenvolvimento durante as celebrações de mais um aniversário do Dia dos Heróis Nacionais e do início da luta de libertação nacional.

O número dois da armada guineense aconselhou aos efetivos militares mais jovens a estudarem “para que os seus futuros sejam diferentes”.

Quem falou também foi o conselheiro do Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas para assuntos sociais, Mussa Djata, que afirmou, que os veteranos da luta de libertação nacional não souberam aproveitar os ideais do Engenheiro Amílcar Cabral.

O Brigadeiro General falava a imprensa na abertura de uma palestra promovida pelo Estado-Maior da Armada (Marinha), alusiva aos dias 20 (dia dos Heróis Nacionais) e 23 de Janeiro (início da luta armada contra o regime colonial português).

A palestra que decorreu nas instalações da Marinha de Guerra Nacional sob o lema “o papel das Forças Armadas Revolucionárias do Povo nos Programas Mínimo e Maior, Amílcar Cabral, homem de todos os tempos e do Mundo”, juntou militares de diferentes unidades da cidade de Bissau.

Presidindo a cerimónia de abertura do evento, Mussa Djata destacou o papel preponderante de Amílcar Cabral na criação do Estado guineense e de alguns países africanos. Avançou ainda que Cabral é uma figura de todos os tempos, reconhecido não só a nível nacional mas também a nível internacional.

Djata afirmou que os jovens soldados não fizeram a luta só por fazer mas sustentou que havia razões fortes que os motivaram a pegarem em armas na luta pela independência e consequente libertação do povo da escravatura e do sofrimento dos colonialistas portugueses

“As forças armadas escreveram histórias bonitas pelo povo e o povo tinha o orgulho do seu exército. Infelizmente essa história foi defraudada pelos sucessivos golpes de Estado, ou seja, instabilidades que levaram o povo a ter o medo dos militares. Se os veteranos da luta tivessem aproveitado os ideais de Amílcar Cabral, o país não ia estar na situação em que hoje se encontra”, lamentou.

Instou igualmente aos seus colegas militares a não aceitarem ser mais uma vez influenciados pelos políticos a fazer golpe ou criar a instabilidade no país para que depois venham assumir a governação.

“Juramos defender o povo e a nossa integridade territorial, portanto devemos cumprir com o nosso juramento. Também devemos regressar aos quartéis e nos submeter ao poder político que foi democraticamente eleito pelo povo” disse.


Brigadeiro General pediu aos jovens militares a optarem pela formação para que possam auto- orientar-se. Revelou que vai propor ao Chefe de Estado-Maior a seleção de jovens quadros em diferentes unidades militares que serão integrados nos serviços dos assuntos sociais das forças armadas com vista a cumprir com a ética militar.

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