segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Guiné-Bissau, a esperança ativa e consequente

"A Guiné-Bissau está para além das quezílias pessoais, de grupos ou outros fantasmas! O Povo perdeu muito dinheiro, alguma matéria-prima, etc. Por esquemas montados propositadamente para o efeito, um sistema que funcionou, infelizmente, muito tempo. Mas agora podemos dizer – NÃO – e mudar as coisas, impor o nosso desejo, cumprir este mandato na íntegra, com a responsabilidade política e institucional dum Estado de Direito”.
 Por, Filomeno Pina

O destino da República da Guiné-Bissau está para além de obstáculos, barreiras, cogitações negativas e juízos de causa/efeito dum passado, dos tempos idos que o Povo reconhece de olhos fechados, suportando sua dor, o atraso provocado por homens e mulheres implicados na infeliz curvatura da espinha dorsal do desenvolvimento do País (é verdade). Mas, hoje, nada conseguirá, neste momento, travar ou impedir o avanço da Guiné-Bissau, em todas as frentes do desenvolvimento sustentado.

A meta de hoje é vista como positiva, estando ao alcance do País do futuro, devemos caminhar de cabeça levantada e não empinada, olhando só sobre o passado menos bom, porque existe neste momento o que chamo de – Esperança Ativa e consequente!

Há que viver para além das desgraças reconhecidas dum passado recente, e encarar o “Sol” brilhante que emerge das novas ideias de mudança, uma luz que começa a iluminar tudo e todos, com amplitude global capaz de aquecer todo o território nacional a curto e médio prazo. Por isso mesmo, é bom evitarmos qualquer desvio de atenção política e social, para centralizarmos energias e capacidades na especificidade dos trabalhos repartidos pelos vários Ministérios no País. Trabalhar em unidade de acções convergentes rumo ao sucesso e à prosperidade do País, criar/inventar a “prótese” necessária para corrigir, recuperar daqui para a frente o que for de aproveitar e inovar ou fazer tudo de novo, sem poupar esforços.

O passado serviu e servirá como objecto de estudo a ter em conta, sempre. Terá a importância adequada à sua medida e dimensão causal (do ponto de vista politico, económico, social e cultural) da coisa em si, analisada, mas – não deve ser ao mesmo tempo utilizado como forma de bloqueio – no curso do desenvolvimento do projecto de mudança, neste novo arranque do País!

Há que valorizar reflexões centradas também no passado, mas convém adiantar aqui, que o presente é sempre abstrato. Portanto, entre o passado e o futuro, penso que o – Futuro – será sempre mais importante, porque é objectivamente a preocupação maior que todos os lideres deverão ter mais em linha de conta, acredite Camarada!

Cada caso merece atenção especial quando há problemas a resolver, mas com cada coisa no seu devido lugar ou na Sede própria! Por vezes chego a imaginar que o “Galo” dentro da capoeira terá perdido algum valor moral, físico ou outro. Mas como símbolo, deve ser exemplo da casa com influência forte, sobre os restantes membros da família institucional, penso.

No entanto não convém esquecer ou fingir esquecer para provocar mau estar entre uns e outros, porque a figura ímpar dum símbolo estará sempre para além da beleza estética! Daí que a imagem simbólica do Galo, quando canta, ajuda o Povo a cedo acordar, e quem está comprometido com tarefas do ofício, agradece o conteúdo do canto como sinal de alerta.

Posto isto, admitamos que é um dos seus papéis como Chefe de Estado, cantar alto e em bom som, porque a hora é de Avante Camaradas, na capoeira ou fora dela!

Neste circulo fechado (Presidência, Governo e Parlamento) de trabalhos em defesa do território nacional, quanto mais não seja pelo DNA da Democracia, é muito bom o facto de estarmos juntos, o que permite as diferenças coabitarem com dignidade no mesmo espaço politico e social, evitando desequilíbrios por falta de qualidade criactiva intelectual na interacção intra/inter-institucional esperada.

Um facto não desejado por nós seria a existência de gêmeos iguais, como filhos da mesma família política, gente programada nos laboratórios das intenções da corrupção, como instrumentos do lobby, tanto no exterior como no País. Pronto para influenciar quem está no terreno, mas tudo dependerá dos nossos líderes, acredito que desta vez não vai ser fácil roubar, desviar ou branquear (…).

Só teremos a ganhar se partirmos as correntes da ligação com os antigos “padrinhos” e começarmos de novo, com o único propósito de servir o Povo, tomar o comando do nosso navio e lavar tudo a bom porto!

Basta lembrar o passado duma gestão antiga do território nacional, houve sempre “tomates” em saldo forçado, para haver compensações materiais e financeiras a distribuir entre poucos. Este efeito chantagem funcionou sobre alguns “lavradores” da nossa praça, pois não admira que alguns líderes ainda tenham o rabo preso, envoltos na nudez prolongada com preço certo ou, ainda não se tenham livrado na totalidade, dum estado de espírito do passado recente, porque ainda tremem com os “tomates” nas mãos, como cana verde!

Parece que algumas cabeças venderam a sua massa cinzenta a preço de “mioleira” do talho, é revoltante, mas, não vale a pena chorar sobre o leite derramado. A hora é de olharmos em frente, de cabeça levantada, fazer bem feito daqui para a frente, deve ser o lema!

Não perder tempo a lamber o sujo, misturado com migalhas que ainda temos na memória dum tempo perdido, infelizmente durante décadas.

Devo acrescentar que às más políticas com contrapartidas financeiras para o sistema corrupto, hoje se os líderes actuais quiserem, os maus desta fita juntos não têm força suficiente, para imporem desordem na Casa e a seguir beneficiarem-se disso para conduzir a exploração do Povo.

Os maus políticos têm telhados de vidro, todos eles, para além de permitirem que os seus mirones mantenham a espingarda apontada à cabeça (debaixo de olho): Na verdade os próprios são frágeis, fracos e aprendizes da coragem que nos faz falta nesta altura do campeonato, a presença forte com toda a dignidade pessoal e institucional, para defesa do património nacional.

Galo que é Galo, não galopa para fugir, não se confunde, porque enterra as unhas no terreno esgravatando o chão, separando a porcaria do resto que seja comestível e nunca confunde, misturando tudo para o bico ou no mesmo tacho.

Porque conhece bem a couve da sua horta, age por medida, sabe identificar cada um dos seus camaradas mais próximos. Pois então vamos acreditar no nosso Árbitro e na sua equipa montada para fiscalizar os vários desafios que o País tem pela frente, ok?

A Guiné-Bissau está para além das quezílias pessoais, de grupos ou outros fantasmas! O Povo perdeu muito dinheiro, alguma matéria-prima, etc. Por esquemas montados propositadamente para o efeito, um sistema que funcionou, infelizmente, muito tempo.

Mas agora podemos dizer – NÃO – e mudar as coisas, impor o nosso desejo, cumprir este mandato na íntegra, com a responsabilidade política e institucional dum Estado de Direito.

O tempo da Governação e do Mandato Presidencial têm limite acertado pela Constituição da República da Guiné-Bissau (sabemos), há que respeitar tudo!

Mas o tempo no geral nunca chega para tudo aquilo que queremos fazer, também não é um tempo de todos ou para todos ao mesmo tempo! Para uma gestão desta natureza temos Governo eleito, para GOVERNAR.

Há que estabelecer prioridades dentro do limite estabelecido para cada projecto em curso no tempo estipulado. Nunca misturar tudo no mesmo saco, os acordos são para se cumprir e a boa vizinhança da relação triangular Presidência/Governo/Parlamento, também e, será sempre a diplomacia necessária manter, custe o que custar, dentro de valores da Democracia politica, para levar a bom Porto este navio de grande porte à terra firme!

Nisto, o exercício do executivo de cada uma das partes, deve ter o cuidado de não agitar águas partilhadas (interinstitucional) no plano público e de forma gratuita, “a roupa suja lava-se em casa”, entre os lideres responsabilizados, com discrição, fazendo o seu trabalho sem agitar gratuitamente, sons estridentes que podem não levar a nada, mas, são aproveitados para interpretações múltiplas, algumas em nada abonatórias para o executivo nesta fase que o País atravessa.

Devemos evitar a obsessão criactiva/recriactiva da figura do “Réu” abstracto!

Uma figura supostamente idealizada a partir de pré-conceitos ou suposições, devemos parar com isso de uma vez por todas. Há que lembrar que temos o Tribunal para quem de Direito, mostrar serviço público quando bem entender e em Sede própria.

Vamos respeitar a Constituição e evitar fazer pressão, talvez lesar quem não devíamos.

Agora nesta altura do campeonato, pesa o sentido de responsabilidade dos nossos líderes, nas tarefas que lhes dizem directamente respeito, e não será pouco, penso.

Aproveito mais uma vez para desejar bom trabalho a todos…com tchogue

Djarama. Filomeno Pina.


Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.

Sem comentários :

Enviar um comentário


COMENTÁRIOS
Atenção: este é um espaço público e moderado. Não forneça os seus dados pessoais (como telefone ou morada) nem utilize linguagem imprópria.