O Presidente do partido União Patriótica
Guineense (UPG), contesta a aprovação da lei das autarquias sem que houvesse um
debate que envolva todos os actores políticos do país.
Ao reagir, em entrevista à ANG sobre a
recente aprovação pela Assembleia Nacional Popular da Lei das Autarquias,
Fernando Vaz disse que todos os actores políticos do país serão concorrentes as
próximas eleições municipais independentemente de terem ou não um assento
parlamentar.
"É um direito que nos assiste.
Quando se instituiu a democracia na Guiné-Bissau, criou-se a Comissão
Multipartidária de Transição e todos os partidos deram o seu contributo para
que a nossa democracia fosse hoje uma realidade", recordou o lidar da UPG,
acrescentando que deve-se proceder da mesma forma em relação às autarquias
tendo em conta que é uma coisa nova.
Fernando Vaz sublinhou que os partidos
sem assento parlamentar foram simplesmente excluídos.
"Os partidos com representações na
ANP fizeram um fato às suas medidas. Portanto, começamos mal. Prepararam as
autarquias as suas medidas e aquilo que irá servir à eles. Não podemos
concordar com isso e naquilo que é a política geral do país à que temos
direito", criticou.
O Presidente da UPG disse que a questão
das autarquias é extremamente complicada e séria. Adiantou que não é um
problema apenas de Cipriano Cassamá e outras pessoas, mas sim de todos os
partidos políticos legalizados.
Abordado sobre a situação de alguns
membros do actual executivo que estão à braços com a justiça, Fernando Vaz
respondeu que naturalmente num país onde existe o mínimo de ética, ao existir
esta situação o governo já seria demissionário.
"O Governo não pode refugiar-se na
presunção de inocência. Para um político não é preciso que se prove a
inocência. Mas sim, apenas que haja suspeição para se demitir e esperar para
provar a sua inocência", explicou.
Vaz declarou que, com esta situação,
parece que os membros do governo visados estão a entender o contrário e a
espera para que houvesse uma sentença do Tribunal.
"É uma vergonha para todos nós o
que está a acontecer. Mas quero dizer que pelo menos o poder judicial, já
começa a funcionar, coisa que sempre reclamamos. Penso que deve ser assim, quem
faltou deve responder", vincou a concluir. Com Agência Noticiosa da
Guiné-Bissau
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