Em consequência da situação política que
se vive no País, causada pelo difícil relacionamento entre o Presidente da
República e o Primeiro-Ministro que conduziu à demissão do Governo, ontem, 12
de agosto de 2015, o Partido Democrático para o Desenvolvimento (PDD), tendo em
conta o clima de tensão existente, reuniu de urgência a sua Comissão Política
Nacional, para um posicionamento quanto à questão da demissão do Governo e as
eventuais consequências que possa trazer ao País.
Na sequência desta reunião, a Comissão
Política, na linha da nota de imprensa do passado dia 6 de agosto, quando se
instalou a situação que agora culminou na queda do Governo, vem apelar à
serenidade e moderação na condução do problema, privilegiando o diálogo como
meio por excelência para ultrapassar o conflito existente.
Apela ainda ao alto sentido de Estado às
personalidades envolvidas no processo, nomeadamente, o Presidente da República,
a Assembleia Nacional Popular e o Primeiro-Ministro, porquanto neste momento é
preciso defender os interesses do País e do povo.
É preciso no entanto reconhecer que a
responsabilidade pela situação que hoje se vive no país é, em primeiro lugar,
dos titulares dos órgãos da soberania, que não souberam usar da moderação, da
humildade, decidindo pelo extremar de posições face a um problema que
claramente, atento às declarações dos mesmos, podia ser ultrapassado com toda a
facilidade, bastando ter um pouco de noção do Estado e pôr em primeiro lugar os
interesses da população, não os pessoais e dos respetivos correligionários.
Mais uma vez, apelamos à calma a
sociedade civil, à população e à juventude, particularmente, pois a situação
impõe de todos nós um grau de responsabilidade acrescido e um posicionamento
claro sobre o interesse que deve primar na resolução de questões do Estado.
Face à realidade que se vive, ao PAIGC e
ao seu Presidente, apelamos que demonstrem, tal como vêm reclamando nestes
últimos dias, serem dignos libertadores da pátria, e por isso, saberem pôr o
País em primeiro plano, abdicando de extremar posições e de confrontos que
possam agudizar a situação do País, cujos contornos são imprevisíveis.
Ao Presidente da República, na qualidade
do Primeiro Magistrado da Nação, e garante da estabilidade nacional, que não
deixe de considerar todas as hipóteses na resolução do problema aberto, desde
que discutidas com franqueza e possam efetivamente dar um outro alento à
governação e ao País.
Todos os envolvidos devem saber fazer
cedências e deixar um espaço aberto para o diálogo, o que lhes impõe uma
abstenção de uso de linguagem que possam colocar em causa esta possibilidade,
pelo que exortamos ainda aos Senhores Deputados que o debate incida na forma de
encontrar uma solução para o problema e não o contrário.
Feito em Bissau, aos 13 dias do mês de
agosto de 2015.
A Comissão Política Nacional
Policiano Gomes
Presidente
Sem comentários :
Enviar um comentário
COMENTÁRIOS
Atenção: este é um espaço público e moderado. Não forneça os seus dados pessoais (como telefone ou morada) nem utilize linguagem imprópria.