O Presidente da República da Guiné-Bissau,
José Mário Vaz, pediu hoje o novo governo para combater a corrupção e
dedicar-se ao trabalho. O Chefe de Estado falava durante a cerimónia de
investidura do novo elenco governamental constituído por 30 elementos, dos
quais, 15 ministérios e 15 secretarias de Estado.
A cerimónia do empossamento de novo
Governo chefiado por Baciro Dja, foi testemunhada por segundo vice-presidente
da Assembleia Nacional Popular, Alberto Nambeia; presidente do Tribunal de
Contas, Vasco Manuel Evangelista Biaguê; Chefias militares, Conselheiros do
Presidente da República, corpos diplomáticos e representantes das organizações
internacionais.
José Mário Vaz disse no seu discurso que
acredita nas capacidades dos membros deste governo bem como deposita a
confiança no seu patriotismo e determinação em ajudar o país e o povo a sair da
situação difícil em que se encontra na base de respeito e zelo pela coisa
pública.
“Estou convicto, pois, que esta equipa,
com algumas figuras muito experimentadas, liderada por Baciro Dja, irá eleger
como uma das suas prioridades a luta sem trégua contra a corrupção e o amor ao
trabalho. A luta tem que deixar de ser um simples discurso politicamente
correcto para se transformar na conduta de cada um, em cada momento e em
qualquer lugar”, assegurou o Chefe de Estado.
O estadista guineense reconheceu que “no
país tudo está por fazer e tudo é prioritário. Contudo, realçou que a
Guiné-Bissau é também um país de oportunidades.
“Temos recursos que, bem geridos, podem
assegurar-nos um desenvolvimento rápido, durável e sustentável. Os nossos
recursos naturais, nomeadamente os florestais e os pesqueiros. Insisto mais uma
vez, não devem ser explorados de forma desenfreada, visando, quiçá, o
enriquecimento imediato de meia dúzia de pessoas, só por terem a oportunidade
de serem, num dado momento, gestores da coisa pública, coisa de todos nós”,
advertiu.
Por seu turno, o primeiro-ministro,
Baciro Dja disse na sua comunicação que se deve criar as condições objetivas e
subjetivas para assegurar o normal funcionamento das instituições, a começar
pelo espaço cimeiro do executivo nacional. Acrescentou ainda que o governo que
lidera pautará pelo respeito dos preceitos constitucionais que regem o
relacionamento entre Primeiro-ministro, Presidência da República, Assembleia
Nacional popular e Poder Judicial.
Assegurou que a estabilização de
normalidade institucional exige a institucionalização das práticas governativas,
tendo lembrado que “actual coligação que sustenta o governo resulta de um
acordo político devidamente estabelecido e não de uma parceria assumida como
simples expediente com o Partido da Renovação Social (PRS) ou outro partido,
mas sim trata-se de uma aliança sancionada por um reconhecimento formal pelas
autoridades judiciais nacionais”.
Ainda não tomaram posse três membros do
governo designadamente, O ministro dos Negócios Estrangeiros (de viagem no
esterior) e secretários de Estado do tesouro e do Turismo, segundo apurou O
Democrata.
De realçar que o presidente do Supremo
Tribunal não tomou parte na cerimónia do empossamento do novo governo que teve
lugar esta tarde no Palácio da República, em Bissau.
De referir que a nomeação de Baciro Dja,
terceiro vice-presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo
Verde (PAIGC), pelo presidente da República, foi contestada pelo seu próprio
partido liderado por Domingos Simões Pereira, entretanto demitido das funções
no passado dia 12 de agosto.
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