Não
compreendo alguns compatriotas nossos! Quando a justiça não
funciona, eles ralham. Quando a justiça faz o seu trabalho a julgam
abusada.
O que querem, afinal, os guineense?
A justiça não é só
para os pobres, para os insignificantes. Ela é também para os
poderosos. Se querem uma justiça independente e justa, devem estar
preparados para a aceitar e com as suas imperfeições. Mas, até que
ponto se pode aceitar, uma certa imperfeição, quando se trata de
justiça?
Penso
que, um Procurador Geral da República só pode deter um cidadão,
quando reunir todas as provas que pesam contra esse cidadão. Prender
para depois libertar me parece uma justiça mole, fraca, injusta e
despreparada.
Uma
justiça figurativa, tendenciosa e mal preparada, nunca obteve bons
resultados. Acho que há falta de recursos humanos competentes para a
investigação. Não acho que nessa nossa Guiné-Bissau, onde a
corrupção anda de mãos dadas com os desvios de fundos e todos os
tipos de burlas, a justiça seja incapaz de reunir provas palpáveis
contra os malfeitores. Falamos de impunidade, quando a justiça é
defeituosa. O que está em causa, não são os suspeitos. É a
justiça que é impotente, incapaz de provar por A+B a culpabilidade
de certos suspeitos. A justiça não pode funcionar com alegações,
com suposições, com dúvidas e com o abstrato.
A
justiça não é uma ciência exacta mas, ela não foge à regra do
2+2=4. Os casos aparecem nos jornais, e, são debatidos na praça
pública e no fim de tudo os mesmos se evaporam na praça como
nasceram. Sem argumentos fortes, sem acusação fundada, nenhum
cidadão deve ser capturado e detido. Há leis que protegem todos os
cidadãos e essas leis não devem ser violadas. Se houvesse reparação
para os danos físicos e morais causados às vítimas de prisões
arbitrárias, na Guiné-Bissau, o governos trabalharia só para pagar
tais danos.
Quando
um PGR lança um mandato de captura, é porque, ele já tem um
dossier organizado e com provas convincentes e aceitáveis, que ao
abrigo das leis comprometem o tal suspeito. É evidente que nenhum
guineense será apanhado em flagrante, com a boca na botija. Mas nada
impede que uma investigação exaustiva seja feita para descobrir de
onde vem toda a riqueza ostentada, cujas rendas não justificam.
Os
suspeitos é que devem justificar de onde lhes vêm toda a fortuna.
Se se tratar de herança ou qualquer dívida contraída, cabe o
suspeito os provar. Até a data presente a Guiné-Bissau não teve um
PGR capaz, ousado e competente para livrar esse país de todos os
males, ligado à justiça. Vemos uma novela de justiça e no fim os
culpados e as suas vítimas coabitam juntos. A calúnia é a pior
injustiça que pode sofrer um homem.
Quem
condena um inocente, deixa escapar impune o verdadeiro culpado. Não
há nenhum crime perfeito. À incompetência de quem investiga é que
transforma qualquer crime ordinário num crime perfeito. Nota-se que
na Guiné-Bissau os criminosos são mais astuciosos que os juízes.
Razão para que os juízes sejam ridicularizados.
Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.
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