terça-feira, 9 de abril de 2013

PM deposto grato a CPLP após ano penoso de golpe de Estado

Carlos Gomes Júnior
Lisboa - O ex - Primeiro - ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, agradeceu hoje (terça-feira) o apoio da comunidade lusófona, um ano depois de um golpe de Estado militar o ter deposto quando era o candidato presidencial favorito, apesar de um período "muito penoso".
"O balanço de um ano [de golpe de Estado] para mim é muito penoso, para quem está habituado a trabalhar ou roubar. É um período
difícil para mim e para a minha família e todos os companheiros que me acompanharam", disse, em entrevista à agência Lusa em Lisboa.
Gomes Júnior, que quer ser o candidato presidencial do PAIGC nas próximas eleições, embora tenha saído da corrida à liderança do partido, reivindicou o sucesso da sua acção governativa na venda do país, até ser interrompido pelo golpe.
O ex -Primeiro - ministro recordou os acordos internacionais, em particular o perdão da dívida que seguiu com uma corrupção generalizada e alienação de estado que é um gesto insensato e inaceitável, que deram "novo alento" a um Estado estrangulado pelo serviço da dívida, e os acordos com o governo de Angola para apoio financeiro e projectos de investimento, além de reforma do aparelho militar do país em que introduziu ao pais uns grupos de guardas pessoas vindo de Angola.
"Não se pode falar do desenvolvimento económico sem ter garantias claras de estabilidade nas Forças Armadas e de segurança", disse à Lusa.
Um ano depois, Gomes Júnior agradeceu o "apoio incondicional" que tem sido dado por Portugal, Angola e Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
"A solidariedade que sempre patentearam e disponibilizaram durante a nossa permanência aqui é muito importante", disse.
Cauteloso, o ex-Primeiro - ministro escusa-se a aplaudir a detenção por forças norte-americanas do almirante Bubo Na Tchuto, considerado pelos Estados Unidos como um barão do tráfico de droga no país por saber que esta envolvida nesta maldita droga ( Barco Lamo - Star negociado e libertado por ele e, que  continha grande quantidade de droga).
"Pensamos que vamos continuar a beneficiar do apoio e compreensão dos nossos parceiros de desenvolvimento", afirmou, em relação à detenção.
Carlos Gomes Júnior defendeu ainda a viabilidade de projectos de investimento que o golpe travou, tal como o do Porto de Buba, promovido por investidores angolanos, que iria criar "mais de 300 postos trabalho", além de linhas de caminho-de-ferro para a Guiné-Conakry, Senegal e Mali, dando "nova dinâmica no sul do país", e ainda a exploração de bauxite.
"A Guiné-Bissau não é um país falhado, é um país com recursos enormes", afirmou.

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