segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

PJ guineense já concluiu o processo de audição do suspeito do Caso dos Sírios

A Polícia Judiciária guineense remeteu hoje, segunda-feira, a conclusão da sua audição feita ao empresário supostamente envolvido no caso do tráfico de 74 sírios que viajaram de Bissau para Lisboa, com passaportes turcos.

Trata-se de Calido Baldé, um empresário guineense de 51 anos de idade, soube a GBissau.com de uma fonte da PJ, entretanto, não autorizada a falar em nome da instituição guineense.

Embora o caso já ter sido entregue ao Ministério Público, Calido Baldé continua detido, refere a mesma fonte.

E ainda de acordo com esta mesma fonte, amanhã, terça-feira, a PJ irá começar o processo de notificação e audição de mais pessoas, tanto do Ministério do Interior, como o dos Negócios Estrangeiros, supostamente implicadas no caso.

A GBissau.com tentou contactar por várias vezes o Director da Polícia Judiciária, Armando Namontche, mas sem sucesso.

Paralelamente, decorre na Guiné-Bissau um processo administrativo a ser conduzido pelo Ministro da Justiça, Mamadú Saliu Baldé que lidera uma comissão instaurada para investigar este caso. Os ministros do Interior e dos Negócios Estrangeiros, Suka N’Tchama e Fernando Delfim da Silva, respectivamente, serão ouvidos pela comissão, provavelmente amanhã. O processo deverá ser concluído na quarta-feira, 18 de Dezembro.

Entretanto, em consequência deste caso, Fernando Delfim da Silva já terá apresentado o seu pedido de demissão ao Presidente da República de Transição, Manuel Serifo Nhamajo, como aliás avançou a GBissau.com em primeiro lugar. Nhamajo ainda não se pronunciou sobre o pedido de demissão de Delfim da Silva.

A “revolta” de Delfim da Silva estaria ligada ao facto da embaixada guineense em Casablanca ter concedido os vistos aos 74 sírios “sem ter consultado previamente os serviços centrais” do MNE. Presentemente, a Guiné-Bissau não tem um Embaixador em Marrocos. Agostinho Fona é o actual Encarregado dos Negócios da embaixada guineense. Hoje, a GBissau.com contactou aquela repartição diplomática, mas Agostinho Fona mostrou-se “indisponível” para prestar declarações à imprensa devido “às reuniões previamente agendadas”, de acordo com um funcionário guineense afecto à embaixada.

A Guiné-Bissau viu-se recentemente mergulhada numa grande crise interna e diplomática com Portugal, quando 74 sírios “chegaram com passaportes da Síria e partiram com passaportes da Turquia”, de acordo com as declarações do titular da pasta do ministério dos Negócios Estrangeiros, Fernando Delfim da Silva.

O mesmo grupo já terá pedido asilo a Portugal depois de se ter desembarcado em Lisboa, no passado dia 10 de Dezembro, num voo da TAP que partiu de Bissau.

Entretanto, a Transportadora Aérea Portuguesa anunciou a suspensão unilateral dos seus voos à Guiné-Bissau até quando esta situação for devidamente esclarecida.

//GBissau.com

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