segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Atentado contra filho do primeiro-ministro cabo-verdiano é um caso com “contornos especiais”

Presidente cabo-verdiano considerou que o atentado contra o filho do primeiro-ministro do país é um caso com contornos especiais, que merece toda a atenção e preocupação.

Chefe de Estado cabo-verdiano sustentou que o país precisa encontrar soluções que façam baixar para níveis "comunitariamente suportáveis" a dimensão de insegurança

O Presidente cabo-verdiano considerou nesta segunda-feira que o atentado contra o filho do primeiro-ministro do país é um caso com contornos especiais, que merece toda a atenção e preocupação. Em declarações hoje à Rádio de Cabo Verde (RCV), Jorge Carlos Fonseca alertou que o país está a viver efeitos de “um fenómeno novo de criminalidade”, com novos contornos, que “implicam um crescendo do nível de perceção de insegurança”.

“Eu não pretendia estar a pronunciar-me em concreto sobre um caso, ainda que ele seja marcado por contornos muito especiais, muito particulares, um caso que revela muita gravidade, que merece toda a nossa atenção e preocupação e que vem na sequência de outros casos também muito relevantes”, considerou. O chefe de Estado cabo-verdiano sustentou que o país precisa encontrar soluções que façam baixar para níveis “comunitariamente suportáveis” a dimensão de insegurança.

“Tenho dito com muita insistência que estamos a viver no país efeitos de fenómenos novos de criminalidade, com novos contornos, que implicam um crescendo do nível de perceção, pelo menos, de insegurança a nível do país, em particular dos principais centros urbanos”, disse Jorge Carlos Fonseca. Para o chefe de Estado cabo-verdiano, a solução da segurança em Cabo Verde não passa apenas pela alteração das leis, mas sim pela união de esforços de todas as instituições do Estado no combate à criminalidade.

“Creio que passará, sobretudo, pela determinação, pela firmeza, perante o diagnóstico da situação, para mobilizarmos e investirmos no reforço das capacidades de resposta, da capacidade operacional, logística, científica e técnica de intervenção das entidades e forças policiais e, nomeadamente, de todas aquelas que intervêm no domínio da investigação e da repressão criminal. Esse é um investimento muito seguro”, concluiu.

José Luís Neves, filho do primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, sofreu uma tentativa de assassínio no dia 30 de dezembro, à porta da sua casa, num dos bairros da Cidade da Praia. O autor do crime ainda não foi identificado pelas autoridades policiais cabo-verdianas. O jovem de 36 anos terá sido atingido por quatro tiros e estilhaços na zona do abdómen e foi transportado para o hospital por vizinhos, que terão ouvido os tiros.

Depois de uma operação cirúrgica, José Luís Neves foi submetido a uma intervenção cirúrgica e de acordo com a diretora clínica do Hospital Agostinho Neto, Maria do Céu Teixeira, não apresentou até agora nenhuma complicação, está clinicamente estável, consciente, fala e recebe visitas dos familiares.

Num comunicado divulgado na quarta-feira, o Governo informou que está a trabalhar ativamente com as autoridades policiais e judiciárias no sentido de apoiar a “cabal investigação” e esclarecimento do caso.


José Luís Neves é economista, formado pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) de Lisboa. No início do ano deixou o cargo coordenador do Observatório do Emprego de Cabo Verde, após dois anos à frente deste órgão do Governo.

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