Marco Archer foi condenado em 2004 por
tráfico de cocaína na Indonésia. Assessor de Dilma, porém, acredita que mudança
de decisão é 'improvável'.
O assessor especial da Presidência da
República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, informou nesta
sexta-feria (16) que o governo brasileiro pediu ajuda ao Papa Francisco contra
a condenação à morte do brasileiro Marco Archer, preso na Indonésia em 2004 por
tráfico de drogas. Garcia afirmou que ele será fuzilado à meia-noite de domingo
(18) – 15h de sábado (17) no horário de Brasília.
“Fiz chegar à representação da Santa Sé
no Brasil um pequeno dossiê sobre o caso e me foi assegurado que isso seria
enviado à Secretaria de Estado do Vaticano para que sua Santidade pudesse
interceder em favor de uma atitude de clemência do governo indonésio”, disse
Marco Aurélio Garcia.
As jornalistas, o assessor disse, porém,
considerar “absolutamente improvável” que o Papa possa vir a mudar a decisão do
governo do país asiático. O G1 procurou a assessoria da Nunciatura Apostólica,
representante do Estado do Vaticano no Brasil, mas não obteve retorno até a
última atualização desta reportagem.
Na Indonésia, os presos são executados
por um pelotão de fuzilamento, e podem escolher se querem ficar de pé, sentados
ou deitados. Eles são vendados para a execução. O atual presidente do país,
Joko Widodo, assumiu o cargo em 2014 e adotou espécie de “mão pesada” na luta
contra as drogas e afirmou, no mês passado, que iria rejeitar os pedidos de
clemência das 64 pessoas no corredor da morte por crimes relacionados a drogas.
Ao término da entrevista no Palácio do
Planalto, Marco Aurélio Garcia disse acreditar que “somente um milagre” fará
com que Marco Archer não seja executado neste fim-de-semana.
Segundo negociadores do Ministério das
Relações Exteriores, procurar autoridades internacionais, como o Papa e líderes
internacionais, é “natural”, em razão de outros países estarem na mesma
situação que o Brasil.
“Tentar a articulação com outras
autoridades, como o Papa, é algo que está na nossa perspectiva porque nós
também temos feito articulação com outros países que estão com problema
semelhante”, disse um diplomata sob a condição de anonimato.
Histórico
Marco Archer é instrutor de voo livre e
foi preso ao tentar entrar na Indonésia, em 2004, com 13 quilos de cocaína
escondidos nos tubos de uma asa delta. A droga foi descoberta pelo raio-x, no
Aeroporto Internacional de Jacarta. O brasileiro conseguiu fugir do aeroporto,
mas foi preso duas semanas depois. A Indonésia pune com pena de morte o tráfico
de drogas.
As leis da Indonésia contra crimes
relacionados a drogas estão entre as mais rígidas do mundo, e contam com o
apoio da população. "Com isso (as execuções), mandamos uma mensagem clara
para os membros dos cartéis do narcotráfico. Não há clemência para os
traficantes", relatou à imprensa local Muhammad Prasetyo, procurador-geral
da Indonésia.
Além do brasileiro, há entre os
condenados um indonésio, um holandês, dois nigerianos e um vietnamita. Apesar
de a Indonésia não ter realizado nenhuma execução durante o ano de 2014, está
previsto para este ano o fuzilamento de 20 prisioneiros.
De acordo com jornais locais, as
autoridades do país afirmam que já foram preparados “o esquadrão de tiro, um
clérigo e médicos”. As execuções ocorrerão simultaneamente. A procuradoria
explicou ainda que os condenados são avisados da execução com três dias de
antecedência para que possam se preparar mentalmente e para que façam seus
últimos pedidos.
Rodrigo Gularte também foi preso em
2004, mas a data da execução da pena ainda não foi definida. Conforme o
Itamaraty, atualmente há 3.209 brasileiros presos no mundo. A maior parte
(1.108, 34%), está detida em países da Europa. Desses 3,2 mil, 2,4 mil são
homens; 963 estão detidos por tráfico ou porte de drogas; 1,4 mil estão em
prisão preventiva ou aguardando julgamento; e 1,4 mil já cumprem pena no exterior.
Com globo.com
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