Sob o lema: “Tolerância zero a saída
clandestina da castanha de caju”, ontem, dia 18 de abril, a cidade nortenha de
São Domingos, situada na Região de Cacheu, foi palco da Cerimónia da Campanha
de Comercialização e Exportação da Castanha de Cajú, que vai decorrer, entre o
mês de abril a setembro.
O evento foi presidido pelo Sr. Baciro
Djá, Ministro da Presidência, Conselho de Ministros e Assuntos Parlamentares, e
testemunhado por vários membros do Governo, conselheira do Presidente da
República, corpo diplomático, deputados, Governo Regional, convidados da
vizinha Gâmbia, oficiais militares, corpos policiais, operadores económicos e
muita assistência popular, que ladeou completamente o terreiro junto à praça,
onde passará o ato.
Várias entidades, a saber: Tradicionais,
Governador da Região, Presidente da ANAG, Presidente da ANIE-GB e Presidente da
CCIAS, foram convidadas a tomar a palavra.
Todas as intervenções foram unânimes em
realçar a importância da comercialização e exportação da castanha de caju, como
“nosso ouro”, que gere rendas para o Estado e para as populações guineenses.
O Sr. Serifo Embaló, Ministro do
Comércio e Artesanato, que declara ser o fiscal nº1 da campanha 2015, anunciou
uma série medidas, a fim de facilitar os trabalhos da campanha deste ano e
criar um bom ambiente de negócio, tais como: “a remoção de muitas barreiras tarifárias
e não tarifarias; a criação da linha verde que permita aos camiões circular,
sem constrangimentos, desde o local do carregamento, até ao armazém; os livres
de trânsito para os camionistas; abertura de um guichet único, para tratamento
da documentação de exportação de caju, em tempo record; encerramento das
extensões; descentralização das básculas para pesar a castanha (evitando, deste
modo, durante a exportação, grandes filas no centro de Bissau); etc.
Fez apelo a uma maior vigilância das
fronteiras, dizendo que elas vão ser controladas 24 horas, sob 24 horas e que o
Governo na nova legislação, em vigor, decretou tolerância zero à fuga de
castanha de cajú. Portanto, ao abrigo do novo decreto, todos os contrabandistas
que forem apanhados, arriscam-se em perder os seus camiões, carros, motas,
bicicletas, as mercadorias e as castanhas de caju. Solicita também colaboração
as populações das tabancas e praças, a Guarda Nacional, a Segurança do Estado e
a sociedade civil, para que apostem em combater a exportação ilegal,
denunciando os infratores. Prometendo, que todos aqueles, que revelarem estes
crimes serão recompensados, com cerca de 40% das vendas das castanhas clandestinas
apreendidas. Esta medida é extensiva aos corpos policiais, dirimindo desta
maneira os subornos. O Governador de Região de Cacheu, Sr. Rui Gonçalves, na
sua alocução, anteriormente já tinha promotido tudo fazer para estancar esta prática.
Igualmente, o Ministro da tutela
manifestou a intensão do seu Ministérios em cooperar, com os diferentes
departamentos ministeriais e com os operadores económicos para melhor
regulamentar e controlar o sector.
O Ministro Baciro ao falar em nome do
Governo e do Primeiro-Ministro, Sr. Domingos Simões Pereira, disse que o
Executivo está consciente dos desafios que se o colocam, em relação ao sector
de caju, sendo enormes, mas com a determinação de todos está convicto de que se
pode criar condições para se triunfar.
Relembrar a audiência, que devido a
excelente qualidade da castanha de caju produzida no país, a Guiné-Bissau é o
quarto produtor mundial e segundo, a nível da África. À volta da dissertação
sobre os processos de processamento da castanha de caju para garantir um
produto de qualidade no mercado externo, diz que assim poderia ser mais
valorizado comercialmente. Referindo as barreiras não tarifarias criadas
arbitrariamente por entidades públicas, sem fundamento legal e mandato para o
efeito, disse: “são factores que agravam o custo e operação” que só por si
fazem que sejam elevados.
A campanha clandestina tem que ser
combatida duramente, pois acarreta um enorme prejuízo ao tesouro público. Basta
citar, a campanha precedente cujas operações clandestinas, via fronteira do
Senegal e marítima foram cerca de 77 mil toneladas, provocaram um prejuízo de
mais 96 milhões de dólares
Assim, o Governo este ano, com o
objectivo de melhor a condição necessária para melhorar o rendimento dos
auditores e criar igualmente um ambiente de satisfação dos legítimos interesses
dos intervenientes, nomeadamente os intermediários e os exportadores, investiu
em meios (carros, motos e bicicletas) de fiscalização, reforçou os agentes
efectivos e vai melhorar os dispositivos do Porto de Bissau.
Referindo-se a capacidade de exportação
da castanha de caju, em cerca de 200 toneladas, sem valor acrescentado, que
representa mais de 90%, em divisas das exportações do país e do único mercado,
que é a Índia, aonde em termos de preços o país não exerce qualquer influência,
disse que a economia torna-se frágil e demasiadamente vulnerável ao mercado
externo.
Segundo, o Governo uma reforma
estrutural deve imprimir melhor ambiente de negócio, conquistar a confiança dos
potenciais investidores internos e externos, incentivar a transformação local
da castanha de caju, contribuído para criar postos de empregos para jovens e
mulheres, consequentemente para a redução da pobreza.
Termina, declarando oficialmente aberta
a campanha, tendo como preço de referência para a comercialização no país, 300
(trezentos francos CFA) Xof por cada quilograma e para as licenças de
exportação, no mínimo 1.100 dólares, por tonelada.
//Governo da Guiné-Bissau
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