O Partido da Renovação Social comunica
ao povo e à comunidade internacional, que em face da actual crise política
vigente, antes e após a queda do Governo do PAIGC, do Eng.º Domingos Simões
Pereira, há cerca de nove meses, não tem poupado esforços no sentido de
promover a reconciliação e o entendimento no seio do partido ganhador das
últimas eleições legislativas. Em boa verdade, os nossos esforços, no sentido
de aproximar as partes desavindas, remontam aos finais do Congresso de Cacheu,
onde publicamente, os libertadores, não conseguiram dissimular a grande cisão
que entre eles se instalou.
As consequências daí advenientes, eram
tão evidentes, que um partido responsável como o PRS, não podia ficar à mercê
das circunstâncias, esperando que se produzisse o pior, para daí tirar
dividendos políticos. Tornou-se evidente, que se o PAIGC, o partido que ganhou
as eleições, não estivesse à altura de assumir as suas responsabilidades,
estaríamos, já na altura, à beira de uma catástrofe. Foi por isso, e pelo
sentimento patriótico de servir país, que o PRS aceitou o convite do Eng.º
Domingos Simões Pereira para integrar o governo de inclusão.
Mas hoje, o povo guineense foi de novo
confrontado com um comunicado da actual desesperada direcção do PAIGC, que
tenta contrariar, no seu habitual estilo de violência gratuita, iniciativas
legítimas de cidadania, tal o registo pontual do ilustre deputado da Nação,
Eng.º Sola Naquilim Na Bitchita, que se insurgiu, numa conferência de imprensa,
contra, mais uma das muitas arbitrariedades e desmandos, que estão a ser,
deliberadamente, cometidos por pessoas do Estado, ao serviço dos interesses do
PAIGC. Esta é mais uma manobra, para desviar as atenções do nosso povo, da
verdadeira situação, que é a derrota sofrida pela actual direcção do PAIGC, com
a decisão do STJ, que faz regressar ao parlamento os 15 deputados ilegalmente
expulsos pela Mesa da ANP.
Por outro lado, é preciso dizer que a actual
crise política, desnecessariamente, despoletada pela actual direcção da Mesa da
Assembleia Nacional Popular, tem o seu epicentro no próprio hemiciclo
guineense, o que legitima, em nosso entendimento, a actuação normal e natural,
de um defensor da legalidade, como é caso do deputado da Nação, Eng.º Sola
Nanquilim. Com esta posição, de defensor intransigente da legalidade, o
deputado da Nação, além de forçar a nossa estima, tem a inteira solidariedade
do Partido da Renovação Social.
Por outro lado, queremos lembrar, que em
matéria de actos de violência, ninguém consegue ultrapassar o PAIGC, por isso
devem olhar-se ao espelho, antes de qualquer acusação gratuita de golpista,
senão vejamos:
Haverá algo mais próximo, do que uma
promoção golpista, de que a afirmação do Presidente da ANP, quando afirma que
se o Presidente da República, deitar abaixo o Governo do Eng, Domingos Simões
Pereira, de manhã, o próprio seria destituído à tarde. A este propósito, o PRS
pergunta se há mecanismos de queda de governo para além dos constitucionalmente
previstos;
Haverá algo mais parecido a um golpe de
estado, do que uma sessão ordinária da Assembleia Nacional Popular, que se
pontuou, durante mais de 12 horas, por insultos grosseiros ao Presidente da
República;
O PAIGC, ao apontar, repetidas vezes que
a solução desta crise, só podia ser alcançada pela realização de eleições
gerais, não estará a indicar, que um golpe de estado institucional, seria o
melhor caminho. Porque a nossa Constituição, o que diz, é que só perante a
dissolução da ANP, é que o Presidente da República convoca eleições
legislativas. Nada indica que também seja possível, a realização de eleições
presidenciais simultâneas;
Haverá algo mais violento e incentivador
do caos, e de pré-anúncio de subversão institucional, do que quando o
Primeiro-ministro diz que os 15 deputados expulsos, merecem ser tratados à
paulada;
E finalmente, haverá algo mais
indiciador de violência, e de período antes de golpe de estado, do que esta
atitude, a que se remetem, o PAIGC e os seus acólitos, de não acatarem ordens
dos tribunais,
Por isso, o PRS pergunta, será melhor
assistirmos de forma humilhante, e sem nenhuma defesa, a esta afronta de crimes
de desobediência por parte das autoridades que não acatam ordens judiciais, ou
será melhor, através desta oportuna intervenção do deputado Sola Nanquilim,
tomarmos consciência, dos efeitos e da perigosidade que tais comportamentos,
por parte de oficiais superiores da Polícia de Ordem Pública, podem
representar?
E aqui aproveitamos para comunicar os
senhores da sociedade civil, de que o PRS vem registando com alguma preocupação
atitudes que só servem para comprometer o papel que lhes é reservado, quando
utilizam dois pesos e duas medidas nas suas avaliações críticas ao Partido da
Renovação Social. À violência de crime de desobediência perpetrada por um
agente de autoridade, susceptível de conduzir a um clima de caos, limitam-se a
lamentar, ao invés, repudiam, um ato legítimo de defesa pública, de flagrante
violação de um direito fundamental por um deputado da Nação, utilizando a única
arma de que dispõe em democracia: a liberdade de expressão
Foram necessários 9 meses de inúmeros
sacrifícios consentidos pelo povo guineense, para que em sede de justiça, se
comece a vislumbrar a luz ao fundo do túnel. O PRS acredita que com esta sábia
e histórica decisão dos meritíssimos juízes do STJ, em fazer regressar ao
parlamento os 15 deputados expulsos, mais não fez do que repor a legalidade e a
justiça. E para o PRS, não há vencidos, a democracia e o povo foram os únicos
que saíram vencedores desta trapalhada, e desta incompetência engendrada pelo
PAIGC. Provou-se mais uma vez, que com vontade e determinação, os guineenses
são capazes.
Este doloroso processo de intenções que
podia, e devia ser evitado, por um sério e profícuo diálogo político, que
aliás, foi sendo protelado pela actual direcção do PAIGC, que sempre acreditou,
que a mão de ferro totalitária com que expulsou os deputados, viesse a ser
corroborada pelo STJ. Tal não aconteceu, e, certamente, este acto, não deixará
de ter as suas consequências, onde os verdadeiros culpados terão que ser
chamados pelos nomes, e responsabilizados politicamente.
Porém, para o Partido da Renovação
Social, como, aliás, tem vindo a advogar, esta solução judicial agora
encontrada, e apesar de legítima, não significa ainda o fim da crise política.
O PRS acredita que o final da crise só se verificará, e contará com a sua total
disponibilidade, dentro do quadro de um diálogo político franco e transparente.
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