quinta-feira, 30 de junho de 2016

O FMI ficou satisfeito com o primeiro contacto com o novo Governo da Guiné-Bissau

O FMI ficou satisfeito com o primeiro contacto com o novo Governo da Guiné-Bissau e vai regressar em Setembro para finalizar a avaliação ao programa de apoio financeiro ao país, anunciou hoje o chefe de missão.

"Vamos para Washington com uma mensagem positiva e encorajadora", referiu Felix Fischer, chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a Guiné-Bissau, numa conferência de imprensa conjunta com o ministro da Economia e Finanças da Guiné-Bissau, Henrique Horta, na capital guineense.

O FMI admitiu no início do mês suspender o apoio devido a duas razões: um resgate público aos bancos guineenses em 2015, operação entretanto cancelada, e devido à falta de um Orçamento de Estado para 2016, que a instituição espera vir a encontrar em Setembro.

Se os dois entraves estiverem solucionados, o conselho de administração do FMI poderá decidir em Novembro continuar a desembolsar a ajuda financeira à Guiné-Bissau.

O programa anunciado em maio de 2015 ascende a cerca de 22 milhões de euros a desembolsar em três anos, estando actualmente em causa uma parcela de nove milhões relativa a 2016.

Por outro lado, o FMI realçou que a situação financeira da Guiné-Bissau se agravou depois de os parceiros internacionais terem recuado na atribuição das ajudas prometidas em 2015 - promessas no valor global de mil milhões de euros a cinco anos.

Felix Fischer recusou-se a falar sobre as razões do recuo: "terão que perguntar aos parceiros. Eu posso dizer o que faz o FMI", referiu.

Os representantes das principais organizações internacionais na Guiné-Bissau, incluindo Nações Unidas, União Europeia, União Africana, CEDEAO e CPLP, têm alertado para o facto de o desembolso dos fundos anunciados na mesa de doadores depender da criação de condições de estabilidade no país.

A falta de entendimento político fez com que nos últimos 11 meses o país já tenha tido quatro governos, o último dos quais empossado no início deste mês.

Henrique Horta que falava durante o encontro que a missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) mantêm com a imprensa ontem (quarta-feira) disse que o resgate foi o motivo principal da suspensão do programa com o Fundo, porque “ havia um nível de endividamento que o país não podia ultrapassar, havia uma assunção de responsabilidades em como os fundos só seriam gastos naquilo que o governo conseguiu colectar o que não foi respeitado”. Feito isso, tinha que ser assumidas as derrapagens, aceitá-las e a partir daí mostrar que há medidas correctivas para inverter a situação”

O ministro garantiu ao FMI que vão tentar corrigir a derrapagem com que o país se vê confrontado, afirmando que a estratégia do governo para suprir o défice de 22.4 bilhões vai implicar o alargamento da base tributária, ou seja “ o governo terá que ir nas fontes potências de receitas buscar fundos que possam compensar este défice de 22 bilhões”, frisou.

Para o chefe da missão do Fundo Monetário Internacional Félix Fisher disse terem discutido vários elementos que possam ajudar a fechar as contas para responder a situação fiscal bastante difícil.

Félix Fisher afirmou por outro lado que para o desembolso dos fundos do FMI precisa-se concluir as avaliações dos programas, adiantando que o desembolso vai depender muito das decisões do Conselho de Administração do FMI. “ Os elementos para poder concluir as avaliações incluem anulações do resgate bancário e um orçamento realista para o ano 2016”, sublinhando que o pilar do programa concordado era que o governo tinha que gastar o dinheiro existente, e o resgate implicava o ultrapassadíssimo dos gastos públicos por 34 bilhões de francos CFA”, afirmou.

O economista assegurou que o governo comprou carteira toxica sem ter o dinheiro. “ Portanto o programa do FMI tem um indicador que é o crédito liquida que não foi cumprido. Isto que nos leva a dizer que não podemos desembolsar a próximo tranche ao menos que o resgate seja anulado”, concluiu.

A missão prometeu voltar no próximo mês de Setembro para continuar as discussões para avaliações do programa do fundo e concluir essas discussões. Com a Lusa

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