sábado, 9 de julho de 2016

Guiné-Bissau: “Os bancos não receberam dinheiro de nenhum governo”

O Director-geral do Banco da África Ocidental (BAO) e igualmente membro da associação de bancos comerciais do país, Rómulo Pires afirmou esta sexta-feira, 8 de Julho de 2016, que os “bancos não receberam dinheiro de ninguém, apenas colaboraram com o governo no sentido de criarem condições para que os bancos possam voltar a financiar”.

 Rómulo Pires falava à imprensa a margem da reunião trimestral entre o banco central e os directores gerais dos bancos comerciais do país, onde igualmente aproveitou a ocasião esclarecer a famosa questão da compra de “créditos mal parados”.

Sobre o assunto, Rómulo Pires disse que é falso as informações sobre o alegado “resgate financeiro” de que se tem falado, tendo assegurado ainda que “não houve resgate nenhum”.

“Resgate é quando o Estado ou alguém vem e injecta o dinheiro num banco. Não foi o que aconteceu”, esclareceu Rómulo Pires, que entretanto, afirmou que os bancos não receberam o dinheiro de ninguém, portanto apenas cooperaram com o governo no sentido de criar condições para que os bancos pudessem voltar a financiar a economia.

“Foram os bancos que financiaram o Estado e que com esse dinheiro comprou a carteira de crédito que estava em dificuldade, para que de facto se possa criar condições para nós [bancos] voltarmos a financiar. É tão simples quanto isso. Agora rescindir ou não o contrato, não traz dificuldade nenhuma a nenhum banco”, explicou o director-geral do Banco da África Ocidental.


Questionado se os bancos não correm riscos de enfrentar dificuldades tendo em conta o volume de dinheiro que tirou para emprestar os privados, Rómulo lembrou que “as pessoas têm seus patrimónios, garantias e têm as suas actividades, portanto depois se vê como é que se vai resolver”.

9 comentários :

  1. Fernando Casimiro

    A PROPÓSITO DO RESGATE DOS BANCOS
    Houve ou não, resgate a 2 Bancos comerciais privados da Guiné-Bissau, face às afirmações ontem (08.07.2016) proferidas pelo Director-Geral do Banco da África Ocidental (BAO) um dos bancos alegadamente beneficiados pelo resgate?
    Há ou não matéria suficiente para que a Assembleia Nacional Popular convoque uma sessão extraordinária para debater a questão do resgate dos bancos, chamando ao Parlamento antigos e actuais governantes da área financeira, bem como os Directores-Gerais dos Bancos, incluindo o Director Nacional do BCEAO?
    Há ou não matéria suficiente que justifique a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito às operações de resgate alegadamente realizadas, segundo o Presidente do PAIGC, ex-Primeiro-ministro e actualmente Deputado da Nação, que afirmou no passado dia 7 de Julho, ser o Presidente da República parte responsável do resgate da dívida dos bancos, resgate esse negado pelo Director-Geral do BAO, ontem, 08.07.2016 ao afirmar que "os bancos não receberam dinheiro de ninguém"?
    Temos ouvido declarações/explicações/sustentações de vários protagonistas sobre o alegado resgate dos bancos, e há, pelo menos 2 questões fundamentais para o apuramento da verdade:
    1 - Houve ou não, resgate dos bancos?
    2 - Se não houve resgate dos bancos, onde foi parar o dinheiro que alegadamente teria sido aplicado no resgate de 2 bancos comerciais privados da Guiné-Bissau?
    Temos que questionar e temos que merecer resposta dos servidores do Estado, diga-se, governantes, ex-governantes e políticos (Deputados da Nação).
    O Presidente da República por ter sido referenciado pelo ex-Primeiro-ministro e Presidente do PAIGC como sendo parte responsável pelo resgate dos bancos, também deve esclarecer o seu alegado envolvimento no assunto.
    Positiva e construtivamente.
    Didinho 09.07.2016
    A Guiné-Bissau é a soma dos interesses de todos os guineenses E NÃO DOS INTERESSES DE UM GRUPO OU DE GRUPOS DE GUINEENSES! Didinho
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    Diretor do BAO: “BANCOS NÃO RECEBERAM DINHEIRO DE NINGUÉM”
    08.07.2016
    O Diretor-Geral do Banco da África Ocidental (BAO) e igualmente membro da associação de bancos comerciais do país, Rómulo Pires afirmou esta sexta- feira, 8 de Julho de 2016, que os “bancos não receberam dinheiro de ninguém, apenas colaboraram com o governo no sentido de criarem condições para que os bancos possam voltar a financiar”.
    Rómulo Pires falava a’O Democrata a margem da reunião trimestral entre o banco central e os directores gerais dos bancos comerciais do país, onde igualmente aproveitou a ocasião esclarecer a famosa questão da compra de “créditos mal parados”.
    Sobre o assunto, Rómulo Pires disse que é falso as informações sobre o alegado “resgate financeiro” de que se tem falado, tendo assegurado ainda que “não houve resgate nenhum”.
    “Resgate é quando o Estado ou alguém vem e injecta o dinheiro num banco. Não foi o que aconteceu”, esclareceu Rómulo Pires, que entretanto, afirmou que os bancos não receberam o dinheiro de ninguém, portanto apenas cooperaram com o governo no sentido de criar condições para que os bancos pudessem voltar a financiar a economia.

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  2. “Foram os bancos que financiaram o Estado e que com esse dinheiro comprou a carteira de crédito que estava em dificuldade, para que de facto se possa criar condições para nós [bancos] voltarmos a financiar. É tão simples quanto isso. Agora rescindir ou não o contrato, não traz dificuldade nenhuma a nenhum banco”, explicou o director-geral do Banco da África Ocidental.
    Questionado se os bancos não correm riscos de enfrentar dificuldades tendo em conta o volume de dinheiro que tirou para emprestar os privados, Rómulo lembrou que “as pessoas têm seus patrimónios, garantias e têm as suas actividades, portanto depois se vê como é que se vai resolver”.
    Por: Aguinaldo Ampa
    Fonte: http://www.odemocratagb.com/diretor-do-bao-bancos-nao-rece…/
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    PAIGC corresponsabiliza Presidente da Guiné-Bissau pelo resgate à banca privada
    07.07.2016
    O líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, apontou hoje o Presidente da República, José Mário Vaz, como um dos responsáveis pelo resgate à banca privada da Guiné-Bissau realizado em 2015 no valor de 52 milhões de euros.
    O Presidente "foi informado" e "lançou a iniciativa desse processo", referiu Simões Pereira, que acusa o atual governo de promover uma campanha de desinformação sobre o assunto.
    O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) falava numa conferência de imprensa em que refutou as acusações atribuídas ao governo que dirigiu até 2015 de criar um buraco injustificável nas contas públicas para saldar o crédito malparado dos bancos privados do país.
    Na altura, referiu, o próprio Presidente da República disse que havia necessidade daquela operação para impedir que o setor privado continuasse "sem recursos".
    Geraldo Martins, ex-ministro da Economia e Finanças, também já veio a público referir que o apoio que subscreveu a dois dos quatro bancos comerciais privados da Guiné-Bissau foi imprescindível, trazendo "benefícios à economia em geral".
    Segundo referiu e de acordo com os próprios bancos, o crédito malparado foi causado sobretudo pela fuga de investidores após o golpe de Estado de 2012.
    No entanto, por quebrar indicadores económicos vigiados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a compra de dívida aos bancos teve ser anulada e fez com que a transferência de apoios da instituição para o país esteja ainda pendente.
    O atual executivo da Guiné-Bissau liderado por Baciro Djá, contestatário da direção do PAIGC e apoiado por José Mário Vaz, tem classificado o resgate aos bancos como um erro dos ex-governantes que trouxe riscos acrescidos para as contas públicas.
    Lusa/fim
    Fonte: http://24.sapo.pt/…/lusa-sapo-pt_2016_07_07_930505349_paigc…
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  3. ONU na Guiné-Bissau
    27.06.2016
    RESG Modibo Touré recebe uma delegação do Fundo Monetário Internacional (FMI), liderada por Felix Fisher.
    A 23 de Junho, o chefe da missão de avaliação do FMI em Bissau revelou que a instituição suspendeu o apoio orçamental de 2016 para Guiné-Bissau, devido a "dívidas podres" de mais de 12 bilhões de francos CFA (cerca de 20 milhões de dólares norte-americanos). O FMI igualmente alertou para a redução da despesa pública e o aumento da receita "para reduzir o défice financeiro no orçamento do Estado."
    Fonte: ONU na Guiné-Bissau
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    Conselho de Ministros da Guiné-Bissau rescinde acordo de resgate aos dois bancos
    17.06.2016
    GBissau (Bissau, 17 de Junho de 2016) – Na sua segunda reunião, esta sexta-feira, o Conselho de Ministros da Guiné-Bissau decidiu rescindir o acordo de resgate aos dois bancos comerciais privados estimado em 34 bilhões de CFAs.
    A decisão de executivo de Baciro Djá afigura-se como a primeira resposta às preocupações do Fundo Monetário Internacional (FMI) que recentemente anunciou a possibilidade do cancelamento de apoios à Guiné-Bissau, caso a situação não fosse revertida.
    A operação de resgate aos dois dos quatro bancos comerciais privados da Guiné-Bissau já estava em curso, fruto de um acordo assinado pelo governo de Domingos Simões Pereira em Julho de 2015.
    O então ministro da Economia e Finanças, Geraldo Martins, justificou a medida com a necessidade de injecção de fundos públicos para salvar o Banco da África Ocidental e o Banco da União.
    Que o governo considerava em riscos de falência, devido aos créditos mal parados.
    A tal medida de alocação do empréstimo contraído pelo Estado guineense “para a limpeza da carteira de créditos mal parados”, com alegou Geraldo Martins na sua nota de esclarecimento, causou um mal-estar entre o FMI e as autoridades governamentais da Guiné-Bissau.
    No âmbito do seu programa com o país acordado em Julho de 2015, o FMI tinha exigido à Guiné-Bissau para que revertesse a sua decisão de resgate sob o risco do cancelamento dos empréstimos financeiros no valor de 24 milhões de dólares.
    Ainda não há detalhes sobre o impacto que esta decisão governamental pode causar nos meios bancários do país. Todavia, segundo uma informação ainda não confirmada pela GBissau.com, no acordo estabelecido pelo governo anterior, os dois bancos podiam exigir o mínimo de 3 bilhões (metade para cada um), no caso de rescisão desse compromisso de resgate.
    Na reunião do Conselho de Ministros foi também aprovado o Programa do Governo que será posteriormente submetido à Assembleia Nacional Popular para análise, debate e possível aprovação. O novo governo discutiu as suas prioridades para os primeiros 100 dias de governação.

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  4. Fonte: http://www.gbissau.com/?p=17272
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    Geraldo Martins - ex-Ministro da Economia e Finanças da Guiné-Bissau
    07.06.2016
    Explicação Sobre o FMI em Dez Notas
    Primeira nota: A notícia sobre a suspensão dos desembolsos do Fundo Monetário Internacional à Guiné-Bissau é falsa. No FMI, decisões desta natureza apenas são tomadas pelo Conselho de Administração. A última vez que este Conselho se debruçou sobre a Guiné-Bissau foi em 10 de Julho de 2015.
    Segunda nota: A mais recente declaração do FMI sobre o Programa com a Guiné-Bissau foi divulgada na semana passada e diz o seguinte:
    The Current IMF Extended Credit Facility (ECF) is off track, but corrective measures related to bank bailouts in 2015 and an agreement on the fiscal stance for the remainder of 2016 could bring the program back on track. The bailouts implied an immense overrun in net credit to the government (CFA 34 billion, 5.5 percent of GDP), the key performance indicator under the IMF program. Discussions for corrective measures were initiated under Correia’s Government and could resume as soon as new Government is in place. Furthermore, the Bissau-Guinean authorities need to identify and agree with the Fund staff modalities to close the newly emerged financing gap in the 2016 budget as development partners no longer intend to grant budget support to Guinea-Bissau this year.
    Como se pode ler na nota, em nenhum momento o FMI fala de suspensão de desembolsos ou de algo parecido. A veracidade desta declaração poderá ser confirmada junto do FMI.

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  5. Terceira nota: O FMI faz globalmente uma avaliação positiva dos vários indicadores do programa com a Guiné-Bissau, mas considera que o resgate aos bancos (bailout), efectuado em 2015, põe em causa um indicador fundamental e coloca em risco todo o programa.
    Quarta nota: O resgate (a injecção de fundos públicos para salvar bancos em risco de falência) é uma operação comum em situações de risco de insolvência de bancos. Por exemplo, na sequência da crise financeira de 2007-08, alguns países desenvolvidos com ou sem programa com o FMI (EUA, Portugal) utilizaram o resgate para salvar bancos privados em dificuldades. A justificação económica do resgate é simples: as instituições financeiras asseguram a eficiente alocação das poupanças para investimentos produtivos e são motores importantes do crescimento económico. A falência dos bancos pode ter impactos negativos no crescimento económico.
    Quinta nota: Porque fizemos o resgate em 2015? Porque em meados de 2014, descobrimos que dois dos quatro bancos comerciais privados da Guiné-Bissau estavam com enormes dificuldades. O ‘crédito tóxico’ (crédito mal parado) nos dois bancos ascendia a 34 bilhões de CFA. Os rácios prudenciais eram preocupantes e ambos os bancos estavam na iminência de suspender a concessão de créditos à economia. Descobrimos ainda que esses créditos mal parados remontavam ao período anterior a 2013. Os bancos atribuem a situação ao golpe de Estado de 2012 que terá prejudicado muitos operadores económicos.
    Sexta nota: Como fizemos o resgate? O governo de transição já havia preparado uma operação de resgate que não foi concluída. Passámos vários meses a discutir com os bancos diferentes opções e analisámos as várias implicações que a operação poderia ter. Era importante assegurar que a solução fosse fiscalmente “neutra”, isto é, que não representasse um risco fiscal. Em Julho de 2015 encontrámos finalmente uma fórmula que nos pareceu adequada: a contracção pelo governo de um crédito juntos dos bancos a resgatar e a alocação do empréstimo contraído para a limpeza da carteira de créditos mal parados.

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  6. Nos termos do contrato, o governo teria dez anos, isto é até 2025, para reembolsar o empréstimo contraído, caso os devedores não reembolsassem durante esse período. O governo mandatou ainda os bancos a prosseguirem a cobrança das dívidas e a gerir as garantias reais (agora pertença do governo) em seu nome. A operação alterou automaticamente os rácios dos bancos que passaram dessa forma a poder conceder novos créditos e a pagar impostos (os bancos passaram a gerar lucros).

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  7. Sétima nota: A operação pareceu-nos perfeitamente sensata. Ela traria benefícios aos bancos (que poderiam voltar a dar créditos à economia), aos operadores económicos (que poderiam retomar as suas actividades) e à economia em geral. Ela foi feita de boa-fé, com base no interesse nacional, e foi consensual entre todos os actores directa ou indirectamente implicados (governo, bancos, operadores económicos, BCEAO, etc.).
    Oitava nota: Na avaliação do Programa em Novembro de 2015, o FMI opôs-se ao resgate com o argumento de que punha em causa um indicador fundamental do programa (o Crédito Líquido ao Governo). A posição do FMI foi que se voltasse atrás nesta operação sob pena de o programa não poder prosseguir. As conversações com o FMI não mudaram a posição da organização. Com a anuência do governo, o Ministro da Economia e Finanças fez uma carta aos dois bancos em 9 de Março de 2016, rescindindo unilateralmente o contrato de resgate e propondo prosseguir discussões para se encontrar outras opções de saneamento. Medidas correctivas adicionais foram acordadas com o FMI para se ultrapassar a situação e estão em execução.
    Nona nota: Grande parte dos apoios ao orçamento previstos par 2016 não se materializarão devido às múltiplas incertezas. Não há orçamento, não há apoio orçamental. Isto é fácil de compreender. Não se pode jogar futebol sem bola. Trabalhámos com os parceiros num plano B para a utilização dos fundos previstos para apoio orçamental. O fundo do Banco Mundial (5,2 bilhões CFA) foi redireccionado ao Projecto de Desenvolvimento Dirigido pelas Comunidades (assinei o Acordo de Financiamento há três semanas). Estávamos a discutir a utilização a dar ao fundo do BAD (4,2 bilhões CFA). Quanto à União Europeia, ficou assente que o desembolso (6,5 bilhões CFA) só teria lugar no primeiro trimestre de 2017, dado o longo procedimento na preparação do apoio orçamental. Portanto, a Guiné-Bissau não perderá um tostão dos fundos do apoio orçamental. Ao mesmo tempo, identificámos medidas concretas para cobrir o gap de financiamento ao orçamento 2016.
    Décima nota: A décima e última nota tem a ver com a interpretação que faço de todo o imbróglio gerado por um facto inexistente. Não quero forçar nenhuma conclusão. Mas tudo isto faz-me lembrar o Mário Jardel. O outrora exímio goleador do F.C. Porto, sempre que marcava um golo, levantava a camisola e deixava ler a seguinte frase na sua camisola interior:
    Porque Será?
    Bissau, 7 de Junho de 2016
    Geraldo Martins
    PS. O dossier completo do resgate está no Ministério da Economia e Finanças.
    https://www.facebook.com/GeraldoMart/posts/979245382190754…

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  8. DIRETOR NACIONAL DO BCEAO GARANTE A SAÚDE DOS BANCOS DO PAÍS
    26.12.2015
    O director nacional do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), João Aladje Mamadu Fadia, afirmou na última terça-feira 22 do mês corrente, que os bancos do país estão “saudáveis e em condições” de financiar a economia nacional.
    Fadia que falava nas instalações da BCEAO a margem da quarta e última reunião trimestral que a sua instituição realiza com os directores-gerais dos bancos comerciais da Guiné-Bissau, abordaram assuntos ligadas às actividades dos bancos e de financiamento à economia.
    “Os bancos estão de boa saúde, quando os bancos estão de boa saúde, significa que estão em condições de financiar a economia. Agora financiar a economia a quem quer pedir emprestado. Aí há uma relação que tem que se estabelecer entre as duas partes, isto já depende efectivamente das condições das garantias da própria instituição bancária”, explicou Fadia.
    Solicitado a pronunciar-se sobre o balanço geral das actividades económico do ano 2015 na Guiné-Bissau, João Fadia começou por considerar que o objetivo do BCEAO é a estabilidade do preço, ou seja, a inflação, acrescentando que a política monetária está voltada para este vector.
    Revelou no entanto que, até mês de Novembro a inflação registada no país é de “um ponto um” por cento (1,1%) abaixo do objectivo do BCEAO que era de manter a estabilidade do preço numa variação máxima de 2 por cento, sublinhando que em termos de variação do preço como objetivo, foi atingido da política monetária.
    “O outro objetivo do BCEAO, é a balança do pagamento, neste particular, tendo em conta o bom resultado de campanha de comercialização de cajú, ela é positiva. As nossas reservas cambiais situam-se a níveis bastante importantes, em mais de duzentos mil milhões de francos CFA o que assegura as importações pelo menos de onze meses”, frisou.
    Instado a pronunciar-se sobre o “Acordo de Basileia”, o economista explica que o referido acordo visa fixar as regras que os bancos devem respeitar, no qual as normas de supervisão são estabelecidas pelos bancos centrais.
    “Esse acordo de Basileia não é mais do que uma linha de actuação que os bancos centrais adoptam e impõem aos bancos comerciais para a salvaguarda dos depositantes”, concluiu João Aladje Mamadu Fadia.
    Para a presidente da Associação Profissionais dos Bancos Comerciais e igualmente a directora de Ecobank, Sonia Abo, explicou na sua declaração ao Jornal O Democrata que anualmente reúnem quatro vezes com os responsáveis do banco central (BCEAO) e com o intuito de analisar diferentes assuntos, bem como ver as perspectivas que efectivamente permitem os bancos a desenvolverem as suas actividades.
    Solicitado a pronunciar-se sobre o balanço das actividades da organização, assegurou que o balanço que se pode fazer da organização que dirige é muito positivo, porque conforme disse, os bancos estão a funcionar normalmente.
    “Há oportunidades… para dizer que financiamos a economia e aliás, como diz o director nacional de banco central, há de facto perspectivas. A campanha de cajú correu muito bem, então são elementos positivos das nossas actividades. Espero que no ano que vem possamos ser mais efetivo para financiar a economia, de formas a contribuir para o desenvolvimento da economia”, precisou.
    Por: Sene Camará
    26.12.2015
    Fonte: http://www.odemocratagb.com/diretor-nacional-do-bceao-gara…/

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  9. Bancos comerciais da Guiné-Bissau têm 43 ME em crédito mal parado
    20.03.2015
    A banca comercial da Guiné-Bissau tem 28 mil milhões de francos CFA (43 milhões de euros) em crédito mal parado, o que irá dificultar a concessão de empréstimos aos operadores económicos nos próximos tempos, disse hoje uma fonte oficial.
    Rómulo Pires, diretor-geral do Banco da África Ocidental (BAO), fez este anúncio aos jornalistas num encontro promovido pela direção do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) com os diretores dos bancos comerciais.
    O encontro serviu para o BCEAO (banco central de 15 países da Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental, CEDEAO) apresentar aos bancos comerciais novas diretrizes para levar a população guineense a utilizar os serviços bancários e levar os bancos a baixarem os custos dos seus serviços.
    O diretor-geral do BAO, detido maioritariamente pelo grupo português Geocapital, manifestou disponibilidade para cumprir com as orientações do BCEAO, contudo, destacou a dificuldade que se vai sentir este ano para o financiamento da principal atividade empresarial do país, a campanha da castanha de caju.
    "Neste momento, estima-se em 28 mil milhões de francos CFA [43 milhões de euros] o crédito mal parado em todo sistema bancário", disse Rómulo Pires, falando em nome dos quatro bancos comerciais que operam na Guiné-Bissau.
    A campanha de comercialização da castanha de caju, principal produto de exportação do país, decorre entre abril e setembro a partir do financiamento que os operadores económicos recebem dos bancos.
    O diretor do BAO prevê dificuldades para este ano.
    "Os bancos querem financiar, mas não é segredo para ninguém que uma boa parte de operadores económicos teve dificuldades em 2012, o que originou incumprimento junto dos bancos e também a impossibilidade de acederem a novos créditos", observou Rómulo Pires.
    Quanto às críticas aos bancos comerciais por causa de alegados critérios rígidos para acesso ao crédito e por praticam altas taxas do juro, Rómulo Pires refutou as acusações e explicou o que disse ser a realidade dos factos.
    Referiu que os bancos comerciais "têm custos elevados" com a aquisição e manutenção de equipamentos - quase tudo comprado fora do país -, formação e treino do pessoal, segurança e seguros e ainda suporta riscos devido à instabilidade.
    "Como nós vimos em 2012, começamos a financiar a campanha da castanha do caju e em plena campanha dá-se o golpe de Estado, o que criou atrasos no processo e as consequências que todos nós conhecemos", disse, referindo-se ao golpe militar.
    Rómulo Pires explicou que a taxa do juro em todos os países da CEDEAO baixou dos 18 para 15 por cento, por orientações do banco central, há mais de um ano.
    MB // VM
    Lusa/Fim
    Fonte: http://24.sapo.pt/…/lusa-sapo-pt_2015_03_20_1821323924_banc…

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