terça-feira, 6 de setembro de 2016

Guiné-Bissau é única selecção dos PALOP apurada para o CAN 2017

A Selecção nacional de futebol daGuiné-Bissau-DJURTUS vai participar pela primeira vez numa fase final do campeonato africano das Nações após ter conseguido uma inédita qualificação a uma jornada do final da fase de grupo de qualificação para a referida competição.

De 14 de Janeiro a 4 de Fevereiro de 2017 no Gabão o país marcará a sua inédita e histórica presença nesta competição, uma edição em que será o único representante dos países africanos falantes da língua portuguesa visto que os outros países do PALOP que habitualmente representam o PALOP caso de Angola e Cabo-Verde.

OsDJURTUS começaram bem a fase de qualificação com um empate a zero bem conseguidos no solo Zambiano, após este jogo, todos os guineenses estiveram com toda esperança que a selecção nacional ia conseguir a qualificação, logo no seguinte jogo em casa frente ao Congo sofreu uma pesada derrota por 2-4 que deitou a saída da equipa técnica liderada pelo antigo internacional português Paulo Torres.

A esperança dos guineenses renasceu com a entrada da equipa técnica liderada pelo Baciro Candé que estava ao serviço de Sporting Clube de Guiné-Bissau, contudo para muitos analistas atentos ao futebol nacional Baciro Candé não era a pessoa ideal para assumir este cargo, para alguns ele passou muitas vezes na Selecção nacional e não teve êxitos.

A dupla Candé e Romão conseguiram a sua primeira vitória em casa frente a selecção Queniana, com o importante golo apontado por IDRISSA CAMARÁ, seguiu para a quarta jornada com a selecção Queniana já na Quénia onde de novo venceu por uma bola a zero com o golo do experiente avançado CÍCERO SEMEDO de Paços de Ferreira de Portugal.

Num jogo histórico disputado por no Estádio nacional 24 de Setembro em Bissau a contar da quinta jornada de qualificação para o Can 2017 frente a poderosa selecção Zambiana, a Guiné-Bissau venceu por 3-2 tendo desempatado a partida já nos descontos por TONI BRITO, depois do jogo o seleccionador nacional emocionalmente falou no fash intervio no estádio 24 de Setembro que a Selecção estaria no CAN, um dia depois com a derrota de Congo frente a selecção queniana a Guiné-Bissau conseguiu a sua inédita presença no CAN a um jogo do fim da fase de qualificação. Já no seu último jogo perdeu com a selecção congolesa no Congo por uma bola a zero, mas a tal derrota não afectou a sua qualificação, mante como líder do grupo com 10 pontos fruto de 3 vitórias e um empate.

A selecção nacional só não conseguiu vencer selecção do Congo, somou duas derrotas com essa selecção que seguiu na segunda posição do grupo com 9 pontos conquistados.

De salientar que a selecção nacional foi alvo de um protesto referente ao jogo disputado em casa com a Zâmbia, a federação Zambiana de futebol alegou a utilização do guarda-redes PAP FALL, mas o referido protesto não foi aceite pela CAF, confirmando assim a inédita participação da turma nacional para o CAN.

No referido CAN a Guiné-Bissau será o único representante dos países africanos falantes da língua portuguesa, sendo esta a primeira participação na sua história.


A Guiné-Bissau conhecerá os seus adversários no CAN já no mês de Outubro onde vais ser feito o sorteio, definindo assim os grupos no próximo CAN.

Angola falhou a qualificação após ficar na terceira posição do seu grupo, com apenas cinco pontos, dos dezoito possíveis, atrás do Congo Democrático (vencedor do grupo) e República Centro-Africana.

Moçambique, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe não lograram igualmente o apuramento, fazendo da Guiné-Bissau, o único país africano de língua oficial portuguesa a marcar presença na maior Cimeira do futebol em África.

Eis os países apurados para o CAN 2017: Gabão, Argélia, Camarões, Egipto, Burkina Faso, Gana, Guiné-Bissau, Mali, Costa do Marfim, Marrocos, Uganda, RD Congo, Senegal, Togo, Tunísia, Zimbabwé. 

2 comentários :

  1. Guiné-Bissau: o sucesso inesperado de uma seleção desorganizada
    Sem preparação, sem organização e sem dinheiro. Ainda assim, a seleção nacional de futebol da Guiné-Bissau conseguiu o feito histórico de se apurar para as finais do CAN.
    Apesar das dificuldades financeiras e logísticas, os guineenses fizeram história no futebol: pela primeira vez, estão na fase final de uma Taça das Nações Africanas (CAN). A Guiné-Bissau é o único país da África lusófona a marcar presença na fase final da competição, que se disputa em janeiro de 2017, no Gabão. A seleção guineense venceu o grupo E, com 10 pontos, seguida do Congo, com nove, da Zâmbia, com sete, e do Quénia, com cinco.
    O antigo internacional guineense pela seleção principal Suleimane Dabó sublinha que o país conseguiu o feito inédito de se apurar para o CAN “sem ter organizado competições internas”.
    “Isto demonstra a incapacidade e incompetência da Federação”, diz Dabó, criticando o órgão que gere o futebol guineense. “Não tem capacidade organizativa. A estrutura não é funcional”.
    Dormir no aeroporto e treinar sem acompanhamento
    A má organização acompanhou os jogadores durante os jogos da fase de grupos de qualificação: muitas vezes foram obrigados a dormir nos aeroportos, viajaram sem dinheiro e ficaram retidos nos serviços de fronteiras.
    Os problemas financeiros dificultaram também a organização dos próprios jogos. Por exemplo, para o último jogo – em que a seleção perdeu frente ao Congo – os jogadores treinaram em Portugal sem massagista, médico ou preparador físico. Todos ficaram em Bissau por falta de dinheiro.
    Suleimane, que vestiu as cores nacionais na década de 90, realça que, nos últimos tempos, tem sido também habitual a seleção viajar sem jornalistas. Isto, explica, porque a Federação “tem medo que os jornalistas façam perguntas rasteiras que dêem a conhecer a todos os guineenses tudo o que se passa lá dentro”.

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  2. CAN pode ser trampolim para jogadores
    Também o comentador desportivo Júlio Lusa afirma que a apuração para as finais do CAN é um feito inédito, tendo em conta que se trata de um país sem competições internas e com parcos meios.
    Por outro lado, o comentador frisa que não há jogadores nacionais nas principais ligas da Europa: “É um país que nunca na sua história conseguiu ter jogadores ao mais alto nível, em comparação com países vizinhos como Senegal ou mesmo a Gâmbia”.
    “De repente, apareceu uma Guiné-Bissau com um feito extraordinário. Sem preparação, sem organização e sem dinheiro, conseguiu uma qualificação inédita”, ressalva Júlio Lusa. “Foi uma surpresa maravilhosa”.
    Na opinião do comentador desportivo, depois do CAN, o país poderá ser respeitado ao nível internacional e os jogadores poderão ser ainda mais valorizados. “O CAN pode ser um trampolim para os jogadores guineenses, em função do sucesso que possam ter na participação. Vai haver olheiros de vários países europeus, sobretudo alemães, franceses e ingleses”, frisa, acrescentando que a Guiné-Bissau “já chama a atenção”.
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