No seguimento de um pedido do Governo da
Guiné-Bissau ao sistema das Nações Unidas no país e aos principais parceiros
internacionais, foi criada uma comissão multidisciplinar para preparar um plano
de assistência aos milhares de refugiados gambianos que já entraram no país.
Segundo concluiu uma missão conjunta que
se deslocou ao norte do país no dia 18 de Janeiro, já entraram na Guiné-Bissau,
4327 nacionais da Gâmbia. Desde o dia 15, o número de entradas registadas ronda
as mil por dia.
A maioria são mulheres, adolescentes e
crianças, vem sobretudo da região de Brikama, a sul de Banjul. Estão a ser
acolhidas por familiares ou amigos sobretudo na região de Bissau, Bafatá,
Cacheu e Oio. Os principais pontos de entrada oficial na Guiné-Bissau são
Djegue, Farim, Cambadjo, Senabaca e Pirada. No entanto há também pessoas a
cruzar a fronteira entre o Senegal e a Guiné-Bissau em Ingoré, Bigene e Varela.
A missão, liderada pelo Coordenador humanitário
da ONU na Guine Bissau, Ayigan Kossi, facilitada pelo Alto Comissariado das
Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e pelo Comité Nacional para os
refugiados, verificou que as pessoas se encontram em grande risco de segurança
alimentar, uma vez que as famílias de acolhimento não poderão sustentá-las por
muito tempo. O afluxo de pessoas pode trazer também uma sobrecarga aos serviços
de saúde que desde já são insuficientes para a população normal.
Face a esta situação, o Governo da
Guiné-Bissau, através do Ministério do Interior, que está a registar as
pessoas, e do Ministério dos Negócios Estrangeiros, prepararam um plano de
contingência e solicitou ajuda aos parceiros.
No dia 19 de Janeiro foi criada uma
comissão técnica multidisciplinar, composta, entre outros pelo ACNUR,
Organização Mundial de Saúde (OMS), Organização Internacional para as Migrações
(OIM), Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Programa Alimentar
Mundial (PAM), os dois ministérios acima citados, o Instituto Nacional de saúde
(INASA).
A comissão irá desde já organizar a
ajuda alimentar de emergência e preparar um plano de emergência, coordenando a
ajuda de todos os parceiros, para assistir até 10 mil pessoas, durante 4 a seis
semanas, assim como fazer a triagem e avaliação de necessidades e continuar a
monitorizar a situação.
“Se a situação política se complicar é
possível que o afluxo de pessoas aumente, mas esta previsão já nos permite
ajudar estas pessoas durante 4 semanas, depois o plano pode ser revisto, no
entanto não é necessário esperar pelo plano para fornecer desde já ajuda
alimentar a estas pessoas”, explicou Ayigan Kossi.
“Precisamos da ajuda dos parceiros
internacionais para aumentar a capacidade de resiliência das famílias que estão
a receber os refugiados”, disse Tibna Sambé Na Wana do Ministério do Interior.
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