O representante da ONU na
Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, considera que a comunidade internacional nunca
apoiou muito o país e que é preciso que "aprenda com os erros do
passado" e dê maior apoio ao povo guineense.
José Ramos-Horta chegou na madrugada de hoje a Bissau
e encontrou-se esta manhã com o primeiro-ministro de transição, Rui de Barros,
o primeiro de um ciclo de contactos com responsáveis guineenses, nomeadamente
para apresentação de cumprimentos.
Após a reunião de cerca de 45 minutos, o novo
representante das Nações Unidas afirmou-se otimista e pronto para "abrir
outro capítulo" na Guiné-Bissau, embora as decisões nesse sentido tenham
de partir dos guineenses.
"Sou uma pessoa otimista, um otimismo fundado no
que conheço do povo guineense, prático, determinado e com elevado número de
quadros", disse Ramos-Horta, considerando que há "um bom
ambiente" na Guiné-Bissau, quando comparado com outros países do mundo.
Afirmando que há "um processo de diálogo em curso"
iniciado pelo Presidente da República de transição, Ramos-Horta disse acreditar
que se está "no bom caminho" e acrescentou que está confiante no
sucesso da sua missão.
Na Guiné-Bissau há "uma situação de um Estado
frágil, que precisa de ser apoiado. A Guiné-Bissau nunca teve muito apoio da
comunidade internacional", disse o representante da ONU, uma ideia que lhe
fica, acrescentou, do que tem observado ao longo dos anos e das vezes que
esteve no país.
É preciso, disse, que a comunidade internacional
"direcione ajuda para beneficiar o povo guineense, sobretudo os
jovens".
José Ramos-Horta, ex-Presidente de Timor-Leste e
Prémio Nobel da Paz, foi em janeiro nomeado pelo secretário-geral da ONU, Ban
Ki-moon, seu representante para a Guiné-Bissau.
Ramos-Horta substituiu o ruandês Joseph Mutaboba, cujo
mandato terminou a 31 de dezembro passado, na liderança do Gabinete Integrado
das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau - UNIOGBIS.
A Guiné-Bissau tem vivido momentos de instabilidade
cíclicos. Em abril do ano passado, um golpe de Estado derrubou os dirigentes
eleitos e desde então o país está a ser gerido por autoridades de transição,
não reconhecidas pela maior parte da comunidade internacional.
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