O corpo do ex-presidente da Guiné-Bissau, Kumba
Ialá, só deve ser sepultado após a proclamação dos resultados das eleições
gerais de 13 de abril, defendeu, esta sexta-feira, o seu médico e sobrinho,
Martinho Nhanca.
Questionado sobre as causas da morte ocorrida cerca
da meia-noite passada, Martinho Nhanca, que assistiu o ex-presidente, afirmou
apenas Kumba lhe pediu que fosse sepultado "depois das eleições".
O médico contou que o político guineense lhe terá
pedido para não morrer em casa, à frente dos filhos, pelo que, adiantou, foi
assistido na clínica do sobrinho no bairro de Bôr, arredores de Bissau.
Mesmo após a insistência dos jornalistas, Martinho
Nhanca recusou-se a adiantar as causas prováveis da morte de Kumba Ialá:
"não se fala do diagnóstico de um fulano publicamente, enquanto médico
pessoal", disse.
No entanto, várias fontes familiares referiram esta
manhã aos jornalistas, à porta da residência de Kumba Ialá, no Bairro
Internacional, que o ex-presidente morreu de crise cardíaca.
Segundo descreveram, o político guineense sentiu-se
mal quando regressou a Bissau na quinta-feira, depois de ter participado numa
ação de campanha de Nuno Gomes Nabian, candidato independente à presidência da
Guiné-Bissau, no sul do país.
Face à indisposição, decidiu deslocar-se a partir de
casa ao encontro de Martinho Nhanca para lhe pedir assistência, mas acabaria
por não resistir.
Segundo os mesmos familiares, Kumba vivia a um ritmo
mais acelerado e com menos descanso desde o início da campanha eleitoral,
alimentando-se mal e sujeito a várias doses de medicamentos.
O corpo do ex-presidente guineense encontra-se na
morgue do hospital militar em Bissau sob vigilância de militares.
Kumba Ialá, que fez 61 anos a 15 de março de 2014,
renunciou à vida ativa política a 1 de janeiro deste ano, alegando "haver
um tempo para tudo", decidindo apoiar o candidato independente às
presidenciais, Nuno Gomes Nabian.
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