José Mário Vaz (PAIGC) disputa a segunda
volta da eleição presidencial com Nuno Gomes Nabiam, domingo (18.05.14), na
Guiné-Bissau. Promete acabar com a instabilidade e a corrupção ?, além de
promover a justiça.
Rigor é a palavra de ordem que
caracteriza José Mário Vaz, candidato do Partido Africano da Independência da
Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que disputa a segunda volta da eleição presidencial
deste domingo (18.05.14), na Guiné-Bissau, contra Nuno Gomes Nabiam.
O candidato de 57 anos de idade se diz
um batahador e um defensor acérrimo do trabalho.
"Eu fui presidente da Câmara. Fui
ministro das Finanças," recorda. "Alguns acham que fui demasiado duro
na aplicação das leis. Mas eu não tinha outra ferramenta a não ser fazer valer
a lei," avalia. "Se for eleito Presidente da República, as pessoas já
me conhecem," conclui.
Um
país de oportunidade
José Mário Vaz, também conhecido como
Jomav, ex-ministro das Finanças do Governo deposto pelo golpe militar de Abril
de 2012, obteve na primeira volta do escrutínio presidencial 40,98% dos votos –
ou seja, menos da metade dos votos necessários para que fosse diretamente
eleito.
Caso vença agora, Jomav promete acabar
com a instabilidade e a corrupção, além de promover uma verdadeira justiça no
país.
"Estamos muito preocupados com a
situação do nosso país. A imagem do nosso país, nos útlimos anos, não tem sido
boa imagem, sobretudo perante a comunidade internacional," considera.
O candidato do PAIGC diz que quer virar
a página. "Queremos fazer da Guiné-Bissau, nos próximos tempos, um país de
futuro, um país onde toda a gente vai gostar de viver, um país de
oportunidade," promete Jomav.
Quem
é Jomav
José Mário Vaz licenciou-se em economia
pelo Instituto Superior de Economia e Gestão de Lisboa. Casado há 32 anos e pai
de três filhos, Jomav nasceu em Kaléquis, no norte da Guiné-Bissau.
Os seus detratores acusam-no de possuir
vários imóveis, tanto no país como no estrangeiro. O candidato confirma a
informação, mas näao revela o tamanho de seu patrimônio.
"Não sou rico, mas também não faço
parte dos pobres da Guiné. É difícil dizer quantas casas tenho," afirma.
"Tenho muitas casas na
Guiné-Bissau, tenho casas na minha terra natal. Portugal, Senegal e
Guiné-Bissau são os sítios onde tenho, digamos assim, o meu patrimônio
concentrado," revela Jomav.
Jomav é conhecido também como o
"homem do 25," lema criado por ele próprio quando era ministro das
Finanças ao pagar os salários todos os meses, no dia 25 - algo que é apontado
por muitos como um "trunfo eleitoral", num país onde os vencimentos
em atraso fazem parte do quotidiano.
Antes de integrar o governo deposto pelo
golpe militar de 12 de Abril de 2012, José Mário Vaz já era um empresário
conhecido no ramo da construção civil, líder da Câmara de Comércio e tinha sido
também presidente da Câmara de Bissau.
Pertencente à etnia Manjaca, José Mário
Vaz é acusado pelos militantes do PAIGC de pessoalmente não investir na
campanha eleitoral, colocando as estruturas do partido em grandes dificuldade
financeiras durante todo o processo.
Para sua campanha, foram feitos poucos
cartazes, dísticos e comícios, apesar de ter ao seu serviço uma boa parte da
máquina eleitoral do PAIGC.
Outrora um partido-Estado, o PAIGC goza,
por conseguinte, do privilégio de ser a formação política guineense com maior
implantação nacional e cujas cores e símbolos se confundem, por razoes
históricas e de conformismo do debate político na Guiné-Bissau, com as do
próprio Estado guineense. Ouvir aqui»»
O adversário de Nuno Gomes Nabiam à
segunda volta das eleições Presidenciais de 18 de Maio, José Mário Vaz, foi
detido durante três dias e acusado pelo Ministério Público de ter desviado das
contas de Estado guineense 12.5 Milhões de dólares de um apoio orçamental doado
pelos países amigos da Guiné-Bissau, situação ainda por esclarecer no fórum
judicial.
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