M´bala
Alfredo Fernandes criticou o facto de o “desvio de 26 mil euros que condicionou
emissão de passaportes” ter sido tornado público, pois é "um assunto de
Estado".
A
situação do atraso nos passaportes dos cidadãos guineenses em Portugal já está
a ser resolvida entre as entidades responsáveis da Guiné-Bissau, disse hoje o
encarregado de negócios da embaixada do país em Lisboa.
Já
tratei do assunto pessoalmente com o diretor-geral do INACEP na segunda-feira à
tarde, no sentido de começarmos a ver os atrasos, embora não seria a embaixada
a resolver a situação, porque já era do conhecimento ministério dos Negócios
Estrangeiros e a situação poderia ser resolvida entre os ministérios",
disse à Lusa M´bala Alfredo Fernandes.
Na
segunda-feira, o diretor do INACEP (Imprensa Nacional da Guiné-Bissau,
responsável pela emissão dos passaportes), Vítor Cassamá, acusou os elementos
da embaixada do país em Portugal de morosidade no envio de dinheiro que os
cidadãos pagam para a obtenção dos documentos.
Cassamá
afirmou que fez "várias diligências" junto da embaixada da
Guiné-Bissau em Portugal no sentido de "agilizar as coisas", mas
desde janeiro não tem tido respostas, pelo que mais de 200 passaportes aguardam
pelo pagamento para serem emitidos.
O
encarregado de negócios da embaixada guineense em Lisboa criticou o facto de o
assunto ter sido tornado público, pois é "um assunto de Estado".
Este
é um assunto que deveria ser resolvido entre os departamentos do Estado. O
INACEP é um instituto público que faz parte do Ministério da Presidência do
Conselho de Ministros. A embaixada é tutelada pelo Ministério dos Negócios
Estrangeiros", sublinhou M'bala Fernandes.
Segundo
o responsável guineense em Lisboa, os valores pagos pelos utentes pelos
passaportes são imediatamente transferidos para Bissau, mas em Abril
"houve um atraso devido a algum fundo remanescente das eleições e também
ao funcionamento da própria chancelaria".
Já
lá vão dois anos que não há transferência pública para o funcionamento da
chancelaria", argumentou.
O
valor que estaria em atraso seria somente referente a Abril e início de Maio,
rondando aproximadamente os seis mil euros, de acordo com o encarregado de
negócios guineense, que considerou não haver "motivo para pânico".
M'bala
Fernandes disse ainda que na embaixada já há mais de 200 passaportes emitidos
referentes a Maio e Junho.
Isto
é descredibilizar uma instituição, é denegrir a imagem e passar uma mensagem de
que as coisas não estão a correr bem. É triste e lamentável uma situação desta.
Há, se calhar, uma certa pretensão em fazer algo que não seja ideal para a
nossa comunidade", afirmou, sem dar mais detalhes.
Já
está patente o que está por detrás disso e estamos a trabalhar para satisfazer
a nossa comunidade, aos que pediram os passaportes em Abril", acrescentou
o encarregado de negócios.
Nos
últimos meses, vários cidadãos da Guiné-Bissau têm criticado as autoridades em
Bissau pelo atraso no envio de passaportes solicitados à embaixada do país em
Lisboa.
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