As Nações Unidas organizam hoje e no domingo uma
formação para formadores sobre o vírus ébola, juntando cerca de 35 técnicos de
saúde guineenses e de outros países da África Ocidental numa ação ministrada
por especialistas da universidade John Hopkins.
Falando na abertura da formação, o novo
representante do secretário-geral das Nações Unidas na Guiné-Bissau, o
ex-presidente de São-Tomé e Príncipe Miguel Trovoada, considerou ser
"fundamental capacitar" os técnicos nos domínios da gestão e
prevenção do vírus ébola.
A doença ainda não chegou à Guiné-Bissau, mas Miguel
Trovoada quer que os técnicos estejam preparados.
"Esperamos que as pessoas saiam (da formação)
com maiores conhecimentos e estejam à altura de prestar apoio à população para
a prevenção e, esperemos que nunca venha a acontecer, também para no caso da
declaração de uma epidemia", observou Trovoada.
Como cuidar de um paciente de Ébola, a epidemiologia
da doença, o seu seguimento, técnicas de prevenção, como interromper a cadeia
de infeção com o vírus e as medidas de proteção que os agentes de saúde devem
adotar são os temas da formação.
No caso específico da Guiné-Bissau, o representante
da ONU disse que seria "catastrófico se a doença chegasse agora" numa
altura em que o país tem pela frente "grandes desafios" no âmbito da
retoma da normalidade constitucional após um período de transição que se seguiu
ao golpe de Estado de abril de 2012.
De acordo com o último balanço da Organização
Mundial de Saúde (OMS), divulgado na sexta-feira, a febre hemorrágica ébola
provocou já 2.097 mortos, em 3.944 casos registados, nos três países mais
afetados pela doença.
Segundo a mesma fonte, morreram 1.089 pessoas na
Libéria, 517 na Guiné-Conacri, país que faz fronteira com a Guiné-Bissau, e 491
na Serra Leoa. A Nigéria, que não faz parte destas estatísticas, declarou 22
casos e oito mortos.
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