terça-feira, 26 de novembro de 2013

Estado-Maior General das FARP apresenta quatro suspeitos acusados de assaltos à mão armada



O Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau fez hoje, terça-feira, uma apresentação pública de quatro pessoas que disse serem suspeitas de uso de armas, do fardamento militar e de uma viatura civil, mas com uma matrícula militar.

De acordo com o porta-voz das Forças Armadas guineenses, as pessoas em questão disfarçavam-se de militares para levarem a cabo assaltos à mão armada, na cidade de Bissau.

O brigadeiro-general Daba Naualna disse que os suspeitos foram presos uma operação lavada a cabo na noite da segunda-feira pela Guarda Nacional, no Bairro Militar.

Perante os elementos da comunicação social guineense, nas instalações do Estado-Maior, Daba Naualna, mostrou-se aliviado, depois de ter sido confirmadas, como dizem, as suspeitas iniciais das chefias militares guineenses. “Isto veio confirmar, de um certo modo, aquilo que o Estado-Maior General das Forças Armadas vem dizendo,” indicou Daba Naulna.

Para o porta-voz dos militares, nos últimos tempos tem havido “uma proliferação de armas e também de fardas”, fazendo com que “pessoas não autorizadas andarem fardadas e com armas, levando a cabo projectos ilícitos”.

Terão sido essas suspeitas que levaram a tomada de uma medida em que o chefe de Estado-Maior das Forças Armadas António Indjai teria ordenado que todas as viaturas militares tivessem matrículas da instituição castrense.

Hoje, à frente dos jornalistas, estava uma viatura de modelo BMW que ostentava uma chapa de matrícula militar.

Tal como as chapas de matrículas, Daba Naualna também acredita que há ainda mais armas nas mãos dos civis que têm escapado o controlo dos militares, faz décadas.

“Há pessoas disfarçadas em militares, com armas militares a fazerem assaltos e depois de tudo acaba por ser da responsabilidade das forças armadas. As pessoas perguntam então como é que eles conseguem ter armas militares? A resposta é tão simples: desde a guerra de 7 de Junho que houve um descontrole de armamento. Não há controlo efectivo. Não é que não o queiramos fazer, mas as armas estão dispersas de tal maneira que hoje não se consegue com facilidade fazer-se a recolha total”, declarou o brigadeiro-general.

No ponto de vista de Daba Naualna, uma das soluções podia ser o caso de Moçambique: “disse há tempo que talvez seja necessário fazer aquilo que se fez em Moçambique, com o apoio financeiro das instituições internacionais que dariam dinheiro e em troca de armas. Compravam-se armas das mãos das pessoas que as detêm. Mas isto não está a acontecer e continuamos infelizmente nessa situação”, lamentou Naualna.

Para sublinhar a gravidade da situação, Daba Naualna disse que a detenção destes quatros suspeitos, cujos nomes ainda não foram revelados, “é apenas uma demonstração. Isto aqui pode ser a ponta de icebergue. A situação pode ainda ser pior”. Por outras palavras, realçou Naualna, “pode ser que muita gente tem armas, como tem acontecido de algum tempo à esta parte com assaltos e até espancamentos”, caucionando que suspeitos como estes têm cometido crimes que “fogem o controlo dos militares porque as pessoas que levam a cabo estes tipos de actos” podem não ser o que aparentam.

O porta-voz das FARP aproveitou a ocasião para distanciar os militares dos actos de natureza ilícita, tais como os assaltos à mão armada.

// GBissau.com

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