A Secretaria de Estado das Pescas da
Guiné-Bissau lançou hoje uma campanha de sensibilização para proibir o corte de
barbatanas de tubarão nos mares do país.
Segundo
Vitorino Nahada, diretor-geral do Centro de Investigação de Pesca Aplicada
(CIPA), a prática do corte "é recorrente" por parte de pescadores
industriais.
O tubarão-raia é a espécie mais
fustigada, notou Nahada, que disse querer ver a situação alterada em pouco
tempo.
"O corte das barbatanas de tubarão
é uma prática nociva. Fazem-no apenas para aproveitar a barbatana e o resto, a
carcaça, é deixado no alto-mar", afirmou o diretor-geral do CIPA.
Vitorino Nahada notou que "há oito
anos" que as autoridades pesqueiras têm vindo a executar um projeto de
seguimento do tubarão-raia na Zona Económica Exclusiva (ZEE) da Guiné-Bissau.
Armadores asiáticos que operam na ZEE
guineense - China, Japão e Correia do Sul - são dos principais pescadores que
se dedicam ao corte das barbatanas de tubarão, dizem fontes do setor.
Naqueles países, a barbatana é apreciada
na culinária e como afrodisíaco, acrescentou uma fonte do setor da pesca
guineense.
Com o financiamento da Comissão
Sub-Regional de Pesca, a Secretaria de Estado das Pescas da Guiné-Bissau
iniciou hoje um seminário de sensibilização, que decorre até quinta-feira,
sobre a proibição do corte e desembarque de tubarão sem barbatana na
Guiné-Bissau.
O encontro junta todos os delegados de
pesca das nove regiões do país, responsáveis pela captura artesanal, e técnicos
do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP).
A Comissão Sub-Regional de Pesca é um
organismo intergovernamental criado em 1985 juntando a Guiné-Bissau, Cabo
Verde, Gâmbia, Guiné-Conacri, Mauritânia, Senegal e Serra Leoa.
A luta contra a pesca ilícita, pesca não
declarada e não regulamentada são dos principais objetivos da comissão que se
reúne anualmente em cada um dos países membros.Com a Lusa
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