sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Primeiro-ministro apela aos dirigentes do país a deixarem de lado desavenças politica


O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, apelou hoje aos restantes dirigentes do país para deixarem de lado as desavenças que possam existir para se unirem nos essenciais para desenvolvimento do país.

O apelo foi feito numa altura em que várias fontes dizem existir divergências entre o chefe de executivo e o presidente da república.

O governo da Guiné-Bissau convocou um encontro para 26 de março, em Bruxelas com os principais parceiros do país, aos quais vai pedir apoios financeiros para programas de desenvolvimento.

“Daqui até final de março, guardemos as nossas desavenças. De lá para diante podemos voltar às nossas lutas internas”, exortou Domingos Simões Pereira, explicando que é ele próprio quem se vai sentar à frente dos parceiros para lhes pedir apoios.

“Vou lá [a Bruxelas] em nome do governo e de todos os guineenses”, enfatizou o primeiro-ministro, salientando que a Guiné-Bissau “não pode levar” desavenças internas para a mesa redonda.

Domingos Simões Pereira, que se pronunciava num comício na vila de Tite, para marcar o 52.º aniversário do início da luta armada pela independência da Guiné-Bissau, notou que o país tem estado a ser visitado por parceiros internacionais nos últimos meses.

“Muita gente vem cá visitar-nos para nos dizer que estão dispostos a ajudar. Agora, que não sejamos nós a estragar as coisas por causa da nossa querela interna”, pediu Domingos Simões Pereira, sem referir nomes.

O primeiro-ministro guineense afirmou que, pelos sinais que tem vindo a receber, os parceiros do país começam a recuperar a confiança na Guiné-Bissau volvidos anos de instabilidade.

Enquanto líder do governo, disse estar disposto a ser criticado, mas pede paciência e tolerância aos críticos, tal como ele próprio vai compreendendo as posições daqueles que não concordam com a ação governativa.

Simões Pereira disse não ser apologista do confronto, pelo que admite ceder, mesmo em matérias sobre as quais pensa ter razão.

“Estamos dispostos à cedência, não por sermos fracos. Afinal, quem tem força é quem deve ceder”, observou o chefe do executivo guineense, notando que José Mário Vaz “é o único presidente da Guiné-Bissau”, enquanto ele próprio é o legítimo primeiro-ministro.

“Não há dúvida de que só temos um presidente da república”, José Mário Vaz. “Onde ele está, temos que dar dois passos para trás. Ele é o nosso presidente, mas nós é que somos o governo. Não pode haver dúvida sobre isso. É assim que a ordem está instituída no país”, frisou Simões Pereira.

A relação entre o primeiro-ministro e o presidente José Mário Vaz é tema de conversa nas ruas, colunas de opinião nos jornais e nos meios políticos com diferentes fontes a especular sobre eventuais divergências entre ambos.

Os dois líderes guineenses, ambos do PAIGC e que fizeram campanha juntos no último ano, nunca assumiram em público ter discordâncias, mas há sinais de que pode estar a faltar sintonia entre ambos após seis meses de convívio institucional.

No discurso de fim de ano, dirigindo-se ao governo, José Mário Vaz disse ser necessário começar a cumprir promessas eleitorais, na medida em que “o período de graça não pode ser alargado indefinidamente”.

E enquanto o executivo defende a exploração de minérios no país, Vaz referiu no mesmo discurso que era preciso apreender “com os erros do passado” e apostar na agricultura.

Noutro dossiê, Simões Pereira e Vaz ainda não terão conseguido chegar a consenso sobre a nomeação de um novo ministro da Administração Interna: a cadeira continua vazia quase dois meses depois de Botche Candé ter sido exonerado pelo presidente.


//Lusa

1 comentário :


  1. Fernando Casimiro, alude o seguinte: O Bom senso recomenda COMPROMISSO e RESPONSABILIDADE a TODOS! Não se deve tentar enganar os próprios guineenses, nem tão pouco a Comunidade Internacional, os Parceiros, os Doadores e os Investidores, de que está tudo bem, até Março, altura da realização da Mesa Redonda de Doadores, e que depois disso, pode continuar a "luta interna" no país...
    Não, a Guiné-Bissau dispensa essas "lutas internas"; os guineenses dispensam essas "lutas internas" e a Comunidade Internacional também dispensa essas "lutas internas"!
    Chega, meus irmãos!
    Foi criado um Executivo de Consenso Parlamentar, designado de Governo Inclusivo, à margem do estabelecido na Constituição da República, tendo em conta os resultados eleitorais de uma maioria absoluta conseguida pelo PAIGC.
    Temos três Órgãos de Soberania de âmbito político, se assim podemos dizer, dos quatro que sustentam o Poder do Estado, representados por dirigentes do PAIGC partido vencedor das eleições legislativas e partido que apoiou a candidatura do vencedor das eleições Presidenciais, ou seja: O Presidente da República é um alto dirigente do PAIGC bem como quem o substitui em primeira instância, concretamente, o Presidente da Assembleia Nacional Popular.
    Presidente da Assembleia Nacional Popular que, também é alto dirigente do PAIGC e segunda figura na hierarquia do Estado, depois do Presidente da República.
    Um Primeiro-Ministro que é o Presidente do PAIGC ou seja o Partido vencedor das eleições legislativas e que apoiou o candidato e vencedor das eleições para Presidente da República.
    Posto tudo isto, devemos questionar:
    O que está a promover "lutas internas" entre as autoridades políticas; entre as instituições do poder político na Guiné-Bissau, quando nem sequer há oposição no Parlamento;
    Quando nem sequer há interferência das Forças Armadas nos assuntos de ordem política do Estado;
    Quando a Comunidade Internacional e os Parceiros de Desenvolvimento têm mostrado vontade e interesse em ajudar o país;
    Quando os guineenses e os amigos da Guiné-Bissau começam a ganhar entusiasmo e confiança para, cada um à sua maneira, mas num "PROJECTO COMUM" de GUINENDADI, responderem às solicitações que as necessidades de toda a ordem dão a conhecer, naturalmente...
    Quando ninguém vê razões para nenhuma "luta interna"... penso eu que, as autoridades guineenses devem rever os juramentos feitos aquando da tomada de posse, bem como, as promessas e os manifestos eleitorais apresentados aos eleitores guineenses.
    Haja humildade suficiente, para que, todos se respeitem mutuamente e que a convivência institucional seja motivada pela razão de servir uma Pátria, um Povo e as populações, independentemente das suas origens e motivações, que escolheram o nosso país, para viver e trabalhar!
    Não podemos continuar a desperdiçar oportunidades de desenvolvimento, quando não há conflito armado no país.
    Não podemos continuar a incentivar conflitos institucionais, em nome de interesses pessoais.
    Não devemos continuar a pensar que, os "outros" têm OBRIGAÇÕES connosco e, por isso, façamos o mal que fizermos, estarão eternamente disponíveis e prontos a satisfazer os nossos caprichos...
    Façam o favor de se entenderem, conversando, na base do respeito, da tolerância e tendo em conta, o juramento de todos serem fiéis servidores do ESTADO e do POVO.
    Positiva e construtivamente,

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