O Primeiro-Ministro acompanhado de uma
delegação composta por Paula Pereira, sua esposa; Odete Semedo, Ministra da
Educação Nacional; João Aníbal Pereira, Ministro da Agricultura e do
Desenvolvimento Rural; Degol Mendes, Secretário de Estado do Plano e Integração
Regional; pelo Director-Geral do Microcrédito e seus conselheiros: Sr. Carlos
Vaz e a Sra. Pauleta Camará, no dia 14 de Fevereiro, esteve em Canchungo, onde
inaugurou um “Jardim de Infância – Criança Esperança”, uma iniciativa das Irmãs
Franciscanas italianas.
A inauguração do jardim foi iniciada com
o tradicional corte da fita, o hastear das bandeiras (ao entoar do Hino
Nacional) e o abençoar da Escola com água-benta, após a Missa Celebrada pelo
Bispo da Diocese de Bissau, Dom José Câmnate na Bissign.
Durante as várias intervenções dos
representantes das entidades religiosas e autoridades governamentais presentes,
designadamente do representante dos pais Encarregados de Educação; da Diretora
do jardim; dos representantes das instituições religiosas italianas
financiadoras do acabamento do projeto; do ex-Governador da Região e do atual;
e da Ministra da Educação Nacional e do Chefe do Governo, todos foram unânimes
de que a educação de base se reveste de uma grande importância para o
desenvolvimento de uma criança, futuro homem de amanhã.
As autoridades religiosas justificam a
iniciativa parafraseando a celebre frase de Amílcar Cabral: “As Crianças são as
flores da nossa Luta e a razão de nosso combate.”
O Primeiro-Ministro na sua curta
alocução, em jeito de singela solidariedade com os italianos, vindos de “longe”
para ajudar a Guiné-Bissau, fazendo analogia com este gesto voluntário, faz
apelo à população guineense para que mude a sua atitude face aos vivos. Isto é,
dando mais atenção as crianças. Pois, em sua opinião ainda se continua a gastar
todo o dinheiro com os mortos, quando se devia empregá-lo a favor das crianças.
A cerimônia culminou com a troca dos
presentes, uma visita as salas de aulas, cozinha e lavabos do jardim.
Visita ao ex-centro Olof Palme
Uma simples visita ao Centro Olof Palme,
aonde atualmente se encontra instalada uma unidade do exército, para constatar
as condições para se abrir futuramente um Centro de Apoio das Atividades
Agrícolas, acabou por se transformar numa reunião sobre a problemática do
início do Ano Agrícola.
O Primeiro-Ministro depois explicar a
razão da visita, ao local, começou tecer considerações sobre a importância da
elaboração de um Manual Agrícola, que constituiria uma guia de orientação para
os agricultores, devendo ser elaborado pelo Ministério da Agricultura.
Seguidamente, enfatizando de que já é
tempo de pôr fim a Era do “pó de pilon”, traçou as linhas gerais daquilo que em
sua modesta opinião poderia vir a ser o Centro de Apoio das Atividades Agrícolas,
que contaria com vários serviços disponíveis para os utentes, desde:
distribuição das sementeiras; maquinação da agricultura (numa primeira fase,
através dos tratores oferecidos pelos indianos); planos de formação as mulheres
agricultoras (nesta fase); informações relativas a concessão de microcréditos
(devendo para isso as mulheres se alfabetizarem para ao menos poderem abrir uma
conta bancária); aos extensionistas rurais e aos operadores dos tratores.
Também, esclareceu de que os tratores não serão distribuídos as famílias, mas
ficarão a dispor da região, para quem quiser utilizá-los, para remover as suas
terras, o fizerem mediante um pagamento de aluguer.
O Ministro da Agricultura ao usar da
palavra falou dos trabalhos em curso para a preparação do Ano Agrícola,
nomeadamente o documento que está a ser finalizado o: “Plano Agrícola”. Das
várias considerações técnicas feitas por ele, há que salientar as questões
colocadas sobre as sementes para curta e longa estação das chuvas; as condições
especificas dos terrenos para cultivos, mais apropriados para determinados
sementes; os trabalhos das mulheres horticultoras; a formação dos formadores a
decorrer em Bafatá para uso dos tratores, etc. No fim mostrou-se otimista de
que o Ano Agrícola, que o ano passado correu mal, este ano irá correr bem.
O Secretário de Plano na sua alocução,
incidiu mais sobre as perspectivas que o microcrédito futuramente poderá vir a
oferecer as mulheres agricultoras.
A Ministra da Educação abordou a
componente alfabetização das mulheres, concluindo que o seu Ministério já
possui equipamentos doados pela UNICEF, através do quadro do Programa Alfa,
tais como: televisores e painéis solares, que pode colocar à disposição do
Centro. O Primeiro-Ministro aproveitou para recomendar a Ministra de que essa
alfabetização deveria ser mesmo básica.
Foi convidado aos presentes a intervir.
O Sr. João Morais Mancaba, Régulo, disse estar muito satisfeito com as
informações que acabará de ouvira, de que se “hoje ninguém quer lavrar com as
mãos é porque é muito cansativo.” Segundo ele, é por isso, que os jovens fogem
das tabancas. “Essas maquinas são bem-vindas e posso garantir que nós vamos
usa-las. Acredito mesmo de que assim os jovens não terão a necessidade de
deixar as suas tabancas, para irem vender no passeio em Bissau”.
O Sr. Domingos Mancaba, Combatente
Liberdade da Pátria após vários considerandos políticos, disse confiar no
governo no Primeiro-Ministro, Domingos Simões Pereira, que em sua opinião está
num bom caminho, convidando-o a “ser ambicioso, como Amílcar Cabral e Luís
Cabral”.
Este espontâneo encontro, foi encerrado
pelo Primeiro-Ministro, que fez apelo a necessidade da união entre os
guineenses, salientando de que ninguém nos irá dar nada se não estivermos
unidos. É preciso que soframos uns pelos outros. Quando for a Mesa Redonda, em
Bruxelas, vou apenas testemunhar esse sentimento de que estamos unidos. Isso
quer dizer, que esse sucesso depende de nós próprios. Mas, para isso devem
deixar que o Governo faça o seu trabalho. Por exemplo: o Ministro de Finanças
já foi chamado por duas vezes, a Procuradoria-Geral da República. Se as pessoas
insistem em fazer acusações é porque não querem a tranquilidade. Fui eu que
instruí aos membros do Governo para que não respondessem. Mas, quando não se
responde, dizem que é verdade. Enfim.
É preciso esclarecer que o Ministro dos
Recursos Naturais não respondeu há ninguém. Ele foi chamado pela comissão especializada
da ANP, para prestar um depoimento. Aí gravaram e puseram na rádio. Uma coisa é
certa este Governo não assinou nenhum contrato de exploração dos nossos
recursos naturais. Aliás, nessa altura não me encontrava em Bissau. Nós vamos
continuar a trabalhar.
A esse propósito durante a visita, em
Canchungo, tomei conhecimento, de que as mulheres grávidas estão a morrer muito
no hospital. Isso não deviria acontecer. Temos saber porquê? Vou mandar chamar
a Ministra da Saúde para saber o que está a acontecer. Para terminar, quero
agradecer a todos e as forças armadas por aquilo que vêm fazendo, que estão a
ser o nosso orgulho e garantir-vos que se depender do nosso esforço, se Deus
quiser o Programa vai ser cumprido.
Bissau, 15 de Fevereiro de 2015
Carlos
Vaz
/Conselheiro
de Comunicação e Informação/
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