sexta-feira, 27 de março de 2015

Compromissos assumidos com doadores devem ser respeitados, diz José Mário Vaz

O Presidente guineense, José Mário Vaz, disse esta quinta-feira em Lisboa, Portugal, que a conferência internacional sobre a Guiné-Bissau, realizada na quarta-feira, foi um «grande sucesso» e que os compromissos assumidos pelo país africano lusófono devem ser respeitados.

De acordo com o chefe de Estado guineense, a comunidade internacional está a dar, «sem sombra de dúvida», um voto de confiança à Guiné-Bissau

Eu posso afirmar que foi, de facto, um grande sucesso a mesa redonda de Bruxelas. É uma grande responsabilidade para nós dirigentes hoje na Guiné-Bissau», disse José Mário Vaz, que falava à saída de um encontro com o seu homólogo português, Aníbal Cavaco Silva, no Palácio de Belém, em Lisboa.

A conferência internacional sobre a Guiné-Bissau celebrada na quarta-feira, em Bruxelas, permitiu mobilizar mais de mil milhões de dólares de apoios prometidos pela comunidade internacional. A União Europeia comprometeu-se a conceder 160 milhões de dólares à Guiné-Bissau, para consolidar a democracia, reforçar o Estado de direito, acelerar a retoma económica e melhorar as condições de vida dos cidadãos.

«Perante o que nós pedimos à comunidade internacional, ela foi além do limite. Significa uma grande responsabilidade para o nosso país», disse. «Julgamos que a comunidade internacional fez aquilo que deveria ter feito e, agora, compete-nos a nós cumprirmos com a nossa parte, respeitarmos todos os compromissos que foram assumidos durante a mesa redonda de Bruxelas», acrescentou José Mário Vaz.

De acordo com o chefe de Estado guineense, a comunidade internacional está a dar, «sem sombra de dúvida», um voto de confiança à Guiné-Bissau. «Vi algo que nunca vi na minha vida (na conferência em Bruxelas). Estavam tantos países, tantos países, que eu fiquei contente e ao mesmo tempo também fiquei triste, porque agora esta responsabilidade passou para a Guiné-Bissau. Estou muito feliz com este facto», sublinhou.

Sobre a aplicação das verbas que serão recebidas da comunidade internacional, o Presidente disse que não pode avançar com maiores informações. «Eu ainda não tive um encontro com o senhor primeiro-ministro. Como sabem, já fui ministro das Finanças e, há regras, e estas regras terão de ser respeitadas. Não poderei avançar nada, é um assunto que vai merecer, talvez na próxima semana, uma reunião com o senhor primeiro-ministro para discuti-lo, e também com os parceiros», declarou José Mário Vaz.

A conferência internacional sobre a Guiné-Bissau foi organizada em conjunto pelo Governo da Guiné-Bissau, pela UE e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e decorreu no dia seguinte à suspensão das restrições à cooperação aplicadas pela UE em 2011, na sequência do golpe militar de 2010. O encontro reuniu a comunidade internacional e a Guiné-Bissau no intuito de apoiar a estratégia própria do governo em matéria de desenvolvimento para os próximos dez anos e visou também incentivar os doadores internacionais a assumir um compromisso quanto a uma assistência financeira, bem como a coordenar este apoio.


Sobre o encontro com Cavaco Silva, o chefe de Estado guineense disse que foi uma «visita normal» e que já conhece o Presidente português há muito tempo. «Todas as vezes que passo por cá o procuro, mais que não seja para o cumprimentar e trocar algumas relações sobre o que se passa hoje no nosso mundo, na nossa sub-região, no mundo em geral. Foi, fundamentalmente, passar em revista o que se passa hoje no mundo», referiu. Com africa21online

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