O Presidente guineense, José Mário Vaz,
disse esta quinta-feira em Lisboa, Portugal, que a conferência internacional
sobre a Guiné-Bissau, realizada na quarta-feira, foi um «grande sucesso» e que
os compromissos assumidos pelo país africano lusófono devem ser respeitados.
De acordo com o chefe de Estado
guineense, a comunidade internacional está a dar, «sem sombra de dúvida», um
voto de confiança à Guiné-Bissau
Eu posso afirmar que foi, de facto, um
grande sucesso a mesa redonda de Bruxelas. É uma grande responsabilidade para
nós dirigentes hoje na Guiné-Bissau», disse José Mário Vaz, que falava à saída
de um encontro com o seu homólogo português, Aníbal Cavaco Silva, no Palácio de
Belém, em Lisboa.
A conferência internacional sobre a
Guiné-Bissau celebrada na quarta-feira, em Bruxelas, permitiu mobilizar mais de
mil milhões de dólares de apoios prometidos pela comunidade internacional. A
União Europeia comprometeu-se a conceder 160 milhões de dólares à Guiné-Bissau,
para consolidar a democracia, reforçar o Estado de direito, acelerar a retoma
económica e melhorar as condições de vida dos cidadãos.
«Perante o que nós pedimos à comunidade
internacional, ela foi além do limite. Significa uma grande responsabilidade
para o nosso país», disse. «Julgamos que a comunidade internacional fez aquilo
que deveria ter feito e, agora, compete-nos a nós cumprirmos com a nossa parte,
respeitarmos todos os compromissos que foram assumidos durante a mesa redonda
de Bruxelas», acrescentou José Mário Vaz.
De acordo com o chefe de Estado
guineense, a comunidade internacional está a dar, «sem sombra de dúvida», um
voto de confiança à Guiné-Bissau. «Vi algo que nunca vi na minha vida (na
conferência em Bruxelas). Estavam tantos países, tantos países, que eu fiquei
contente e ao mesmo tempo também fiquei triste, porque agora esta
responsabilidade passou para a Guiné-Bissau. Estou muito feliz com este facto»,
sublinhou.
Sobre a aplicação das verbas que serão
recebidas da comunidade internacional, o Presidente disse que não pode avançar
com maiores informações. «Eu ainda não tive um encontro com o senhor
primeiro-ministro. Como sabem, já fui ministro das Finanças e, há regras, e estas
regras terão de ser respeitadas. Não poderei avançar nada, é um assunto que vai
merecer, talvez na próxima semana, uma reunião com o senhor primeiro-ministro
para discuti-lo, e também com os parceiros», declarou José Mário Vaz.
A conferência internacional sobre a
Guiné-Bissau foi organizada em conjunto pelo Governo da Guiné-Bissau, pela UE e
pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), e decorreu no
dia seguinte à suspensão das restrições à cooperação aplicadas pela UE em 2011,
na sequência do golpe militar de 2010. O encontro reuniu a comunidade
internacional e a Guiné-Bissau no intuito de apoiar a estratégia própria do
governo em matéria de desenvolvimento para os próximos dez anos e visou também
incentivar os doadores internacionais a assumir um compromisso quanto a uma
assistência financeira, bem como a coordenar este apoio.
Sobre o encontro com Cavaco Silva, o
chefe de Estado guineense disse que foi uma «visita normal» e que já conhece o
Presidente português há muito tempo. «Todas as vezes que passo por cá o
procuro, mais que não seja para o cumprimentar e trocar algumas relações sobre
o que se passa hoje no nosso mundo, na nossa sub-região, no mundo em geral.
Foi, fundamentalmente, passar em revista o que se passa hoje no mundo», referiu.
Com africa21online
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