"Não aceitemos mais, enquanto guineenses, que uns e outros, a bem dos seus interesses, nos dividam, enfraquecendo-nos; nos intriguem virando-nos uns contra os outros, quando o que está em causa é o interesse nacional, quiçá, a soma dos interesses de todos os guineenses e não apenas, de um grupo ou grupos de guineenses! A Guiné apenas precisa do compromisso dos seus filhos para que tudo o "resto" seja uma realidade!"- Fernando Casimiro
Quem pensa a Guiné-Bissau e faz análises
sobre a Guiné-Bissau, com visão, rigor, isenção e responsabilidade, muitas
vezes deve reservar a sua visão mais aprofundada, para salvaguarda do seu
compromisso para com o País, tendo em conta a defesa do Interesse Nacional.
Há situações que a nossa
"visão" e percepção nos transmitem, mas não podemos simplesmente
pegar nisso para explicar a uns e outros habituados a ler as nossas reflexões e
análises, o que é que pode ou não acontecer; se vai ou não acontecer, tudo, tendo
em conta hipóteses, possibilidades, sustentadas ou imaginárias.
Disse sempre e repito, que escrevo com
responsabilidade!
Não esperem que venha a escrever sobre
"alas" quer a nível dos Órgãos de Soberania, quer a nível do Partido
vencedor das últimas eleições legislativas na Guiné-Bissau, o PAIGC para dessa
forma promover a divisão do nosso povo. não!
O meu desejo é que todos os actores
políticos e da governação se entendam, dialogando, discutindo, divergindo e
convergindo, sempre que necessário, em sede própria e em tempo oportuno.
Que suas divergências sejam saudáveis e
permitam discussões construtivas, em benefício da Guiné-Bissau e do Povo
Guineense.
Que qualquer situação de incompreensão
de uma parte tenha como resposta compreensão e tolerância da outra parte,
factores decisivos na prevenção de conflitos pessoais e institucionais.
Temos que ser capazes de nos enfrentar
como Seres Humanos, ou seja, de forma civilizada, olhos nos olhos e conversar.
Tem que haver espaço para cada um dizer
o pensa que não está bem, assim como é fundamental haver respeito, consideração
e humildade para se ouvir o que o outro também tem a dizer sobre o que
dificulta a relação pessoal ou institucional que divide pessoas e instituições
sobre a causa comum, a nossa Guiné-Bissau.
Por que continuamos a digladiar, quando
temos tudo para nos afirmar como País e Povo?
A quem serve tantas disputas de
protagonismo; para quê tantas manifestações gratuitas de "amor à
Pátria", quando estamos em conspiração permanente, por desconfiança até da
nossa própria sombra...?!
Quarenta e dois anos de independência
não serviram de lição para chegarmos à conclusão de que, só unidos podemos
viver em Paz e Harmonia?!
Quarenta e dois anos de independência
não serviram de lição para concluirmos que o País só pode avançar com a
participação de todos, sem protagonismos de poder ou da sua
reivindicação...para que possamos obter/conquistar o almejado bem-estar
colectivo?!
De que adianta, meus irmãos, tanta
"guerra" pelo Poder?!
O que querem para lá do Poder institucional
e dos seus subsequentes poderes derivantes que já têm...?!
Como podem pôr as vossas divergências
político-partidárias acima do Interesse Nacional, se o Partido de todos os
Guineenses é a Guiné-Bissau?!
Haja contenção e tolerância, procuremos sempre
a aproximação e o diálogo, para conseguirmos reganhar a suposta confiança
perdida.
A Guiné-Bissau é de todos nós, por isso,
não podemos nem devemos comprometer o Bem-Comum, sejam quais forem as nossas
razões pessoais, que jamais podem sobrepor-se às razões e motivações
colectivas!
Vamos continuar a trabalhar, de mãos
dadas, juntando cabeças, repartindo esforços e vontades porque a Guiné-Bissau é
a soma dos interesses de todos os guineenses e não dos interesses de um grupo ou de grupos de guineenses!
Nota:
Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles
expressas.
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