O especialista do Departamento das Políticas
Macroeconómicas da Comissão da CEDEAO, Degol Mendes, é o principal orador da
palestra sobre os desafios da implementação da moeda única no espaço
oeste-africano que decorre esta sexta-feira, na capital cabo-verdiana, a apurou
a PANA, na cidade da Praia, de fonte oficial.
A palestra é promovida pelo Ministério das Relações
Exteriores (MIREX) do arquipélago, em parceria com o Instituto da África
Ocidental (IAO) sob o lema “A Moeda Única da CEDEAO: O Roteiro Aprovado e os
Desafios da sua Implementação”.
Tem por objetivo informar os operadores económicos e
o público em geral sobre os desafios e oportunidades que uma moeda comum
circulando no espaço dos 15 países que integram esta comunidade pode trazer em
termos de integração económica e perspetiva de mercado para Cabo Verde.
Segundo uma fonte do MIREX, Degol Mendes irá avaliar
a adequabilidade das medidas previstas no roteiro aprovado em 2009 pelos chefes
de Estado da CEDEAO, bem como as condições necessárias e suficientes para ter
uma união monetária viável no horizonte 2020.
O conferencista vai passar ainda em revista a
dinâmica de convergência nas três zonas da região (CEDEAO, UEMOA e ZMAO),
recomendando medidas para o reforço dos mecanismos de coordenação de políticas
macroeconômicas, através da supervisão preventiva de políticas económicas e
financeiras dos Estados-membros.
No encontro, que contará também com a participação
de investigadores, académicos e pessoas ligadas à área económica, vai ser
apresentado o estudo sobre a colocação em circulação da moeda única na Zona
Monetária Oeste-Africana (ZMAO), que pode tornar-se numa realidade em 2020.
O roteiro para o Programa duma moeda única para a
CEDEAO foi aprovado e adotado em 2009, na 24ª reunião do Conselho de
Convergência dos Ministros e Governadores da Zona Monetária Oeste-Africana
(ZMAO), que agrupa a Gâmbia, o Gana, a Guiné, a Libéria, a Nigéria e a Serra
Leoa.
O lançamento da ZMAO vai completar o projeto da
União Económica e Monetária Oeste-Africana (UEMOA), criada em 1994, e que
agrupa oito Estados da África Ocidental, tendo em comum o franco CFA (Benin,
Burkina Faso, Côte d'Ivoire, Mali, Níger, Senegal, Togo e
Guiné-Bissau.
O primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves,
já manifestou que Cabo Verde deverá inserir a segunda região monetária a ser
criada e cujo roteiro de implementação foi decidida na cimeira dos Chefes de Estado
e de Governo da CEDEAO que decorreu na capital senegalesa, Dakar.
“Nós pensamos que devemos rapidamente avançar com a
segunda zona monetária e Cabo Verde está a estudar a possibilidade de adesão a
esta segunda zona monetária”, afirma o chefe do Governo, sublinhando que também o país deve acelerar o seu trabalho
para que em 2020 possa estar já com a moeda única em toda a região da CEDEAO”.
José Maria Neves lembra que é este o grande objetivo
com vista a uma maior integração do espaço económico dos países da África
Ocidental.
//Panapress
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