A contagem decrescente com vista às eleições gerais
na Guiné-Bissau já começou. Os agentes das messa de votos não se entendem com o
CNE quanto ao salário que vão receber. Mas de resto corre tudo conforme o
previsto.
A quatro dias das eleições gerais, os partidos
políticos concorrentes às legislativas e candidatos às presidenciais retomaram as
atividades de campanha eleitoral após 3 dias de luto nacional pela morte do
antigo presidente da República, Dr. Kumba Ialá.
O único pequeno desentendimento registado no
processo opôs a Comissão Nacional de Eleições, CNE, e os agentes da mesa de
voto.
As duas partes não se entendem quanto aos valores
que devem ser pagos aos agentes que prestarão serviço nas assembleias de voto
durante as eleições gerais do próximo domingo (13.04).
Pedem quase o dobro do que a CNE está a propor e
ameaçam não ir as assembleias no dia do pleito.
O
recuo dos descontentes
Esta terça-feira (08.04) esteve convocada uma marcha
de protesto dos agentes eleitorais, marcha essa que foi suspensa à última hora.
Desconhece-se o motivo desta desconvocação, mas
fontes contatadas pela DW África avançaram que os agentes eleitorais, terão
acatado sem mais discussões as condições impostas pela CNE.
A par desta situação, o Movimento Nacional da
Sociedade Civil dá nota positiva a campanha eleitoral.
Filomeno Cabral, do Movimento, diz que "a
campanha está a decorrer no maior civismo possível, com respeito." Para
ele os guineenses também têm mérito: "Mas o melhor de tudo é a sociedade
em si, a forma como se tem portado."
O sindicalista lamenta o facto da sociedade civil
não fazer parte da missão de observadores domésticos, como tem vindo a reclamar
desde 2012: "Mesmo depois de terem feito a revisão da lei eleitoral não
conseguiram fazer como que a sociedade civil participasse como observador
doméstico."
Observadores
a postos
Entretanto, nesta terça-feira (08.04) chegaram à
Bissau os 23 elementos, integrantes da missão de observação eleitoral de curto
prazo, que se juntaram aos 16 de longo prazo que já se encontram no terreno
desde o passado dia 26 de março.
No total serão 49 elementos. Estes vão observar o
andamento da campanha eleitoral, os preparativos para as eleições, a votação, a
contagem dos votos e o apuramento dos resultados.
Ainda no decorrer desta semana chegam à Guiné-Bissau
quatro elementos do Parlamento Europeu que se vão juntar a Missão de
Observadores Eleitorais da União Europeia.
Também Timor Leste e Nova-Zelândia colocaram no
terreno uma missão com mais de 10 homens.
A delegação é dirigida pelo presidente do parlamento
de Timor-Leste, Vicente Guterres, que pediu aos guineenses inscritos no ato
eleitoral de domingo para que exerçam na ordem o seu dever de cidadania.
Guterres fez votos "que os guineenses escolham
os partidos e personalidades que acham que vão contribuir para aumentar a
unidade entre todos", porque no seu parecer "acima das nossas
diferenças partidárias e individuais está o interesse nacional", concluiu.
Com vista acompanhar também as eleições de domingo,
chegaram nesta terça-feira (08.04) 220 observadores da CEDEAO, Comunidade
Económica dos Estados da África Ocidental, que irão monitorizar o ato eleitoral
em todo o país.
A missão é composta por deputados do Parlamento da
CEDEAO, magistrados do tribunal da organização regional e embaixadores de
Estados membros acreditados em Abuja, capital da Nigéria.
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