A Guiné-Bissau não está como está por
falta de recursos humanos qualificados/competentes para o exercício de qualquer
actividade nos diversos ramais da Administração Pública.
Podem pedir ajuda a quem quiserem para
"ensinar" o que acharem que os próprios guineenses desconhecem, que
isso redundará apenas em mais dependências, mais desconsideração e menos
valorização dos quadros nacionais!
Volvidos 42 anos desde a proclamação da
independência nacional, nenhum dos regimes políticos e de governação, na
Guiné-Bissau, ousou criar mecanismos de aconselhamento nas diversas vertentes
do Desenvolvimento, englobando quadros nacionais de referência, para que
servissem de conselheiros a ter em conta na projecção e implementação de
Programas de Desenvolvimento e versando as realidades concretas do nosso país,
sobretudo, as realidades sociais e culturais.
Os sucessivos Governantes guineenses têm
desvalorizado a força da Intelectualidade na Projecção, Construção e
Desenvolvimento da Guiné-Bissau. Há como que um sentimento de ciúme e
rivalidade para com todos quantos não se submetem ao poder político, porquanto
apenas terem a Guiné-Bissau e os guineenses como suas causas.
Os diversos actores das sucessivas
governações na Guiné-Bissau quiseram sempre manipular tudo e todos, e quando
alguém pensa diferente, ou não compactua com a forma como se tem destruído o
país, por maior que seja a sua referência técnica ou cidadã é de imediato
diabolizado e excluído de toda e qualquer participação sobretudo nos debates de
interesse nacional, sob diversas formas e com a conivência até de sectores da Sociedade
Civil e da Comunicação Social.
Como ser humano não recuso nenhuma ajuda
para aprender o que não sei, porém, como guineense, sinto muita tristeza por
saber que, a Guiné-Bissau continua a pedir ajuda para quase tudo, quando nem
sempre precisa de ajuda para uma série de situações.
Volvidos 42 anos desde a proclamação da
nossa independência já era altura de estarmos a contribuir para ajudar a
Humanidade!
Vejo muitos países orgulhosos dos seus
jovens cientistas em variadíssimas áreas do conhecimento. Na Guiné-Bissau, 42
anos volvidos, não há condições práticas para a afirmação da Ciência, mas ainda
assim, temos vários cientistas espalhados pelo mundo.
Quem pensa neles, bem como na
possibilidade e nas vantagens de servirem a Guiné-Bissau e os guineenses?
O nosso problema está na Consciência
cidadã; no Compromisso de cada guineense para com a Guiné-Bissau, em suma, na
Atitude Cidadã face aos comportamentos mesquinhos de lesa-pátria dos sucessivos
actores da Governação Nacional.
Não temos sido suficientemente conscientes
dos nossos direitos e deveres de cidadania para ajudarmos a inverter o rumo da
desgraça traçada por todos quantos apenas estão comprometidos com os seus
interesses pessoais e familiares e não com o Interesse Nacional.
Todos esses que estão ou estiveram no
Poder, porque assim o nosso povo eleitor quis, é verdade. Porém, o que é que
motiva o voto do eleitor na Guiné-Bissau, quando a manipulação de consciências
impede a liberdade de pensamento e de acção dos cidadãos?
Temos que deixar de ser ciumentos e
egoístas; devemos assumir uma postura com visão e espírito de relacionamento,
assentes numa unidade umbilical que nos caracterize como Guineenses,
independentemente das nossas diferenças!
Estamos a caminho de meio século da
proclamação da nossa independência, não aceito as desculpas vagas sobre os
porquês de estarmos como estamos!
Continuo a acreditar na Guiné-Bissau e
nas capacidades do nosso povo, mas deixei de acreditar nos nossos políticos e
governantes!
Não darei mais nenhum benefício da
dúvida a nenhuma autoridade política ou governativa do meu país até que provem
que são capazes de trabalhar pela Paz, pelo Progresso e pelo Bem-Estar Comum,
na Guiné-Bissau!
Positiva e construtivamente,
Nota: Os artigos assinados por amigos, colaboradores ou outros não vinculam a IBD, necessariamente, às opiniões neles expressas.
Sem comentários :
Enviar um comentário
COMENTÁRIOS
Atenção: este é um espaço público e moderado. Não forneça os seus dados pessoais (como telefone ou morada) nem utilize linguagem imprópria.