A comunidade internacional vai disponibilizar
importantes ajudas financeiras à Guiné-Bissau se as próximas eleições gerais
"correrem bem" e delas saírem um governo capaz e um presidente
reconciliador, afirmou hoje o representante da ONU no país.
Fonte: Lusa
"Se as eleições correrem bem, a Guiné-Bissau vai
surpreender-se com os apoios que vai receber da comunidade internacional",
referiu José Ramos-Horta.
O responsável falava no encerramento da segunda
conferência do Instituto Nacional da Defesa da Guiné-Bissau, sobre a relação
entre civis e militares.
Ramos-Horta informou os presentes que até o
secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, já prometeu deslocar-se à
Guiné-Bissau para presidir a uma mesa redonda de doadores para angariação de
fundos para reconstrução do país.
A União Europeia, através do presidente da comissão,
Durão Barroso, também já terá manifestado a mesma intenção de participar e
apoiar a recolha de fundos, sublinhou.
No entanto, Ramos-Horta pede que as eleições tragam um
"governo de largo consenso", em que participem todos os partidos e
que tenha como tarefa principal a reorganização de todo o aparelho estatal.
Ao presidente que sair das eleições, o representante
da ONU pede que seja "uma pessoa reconciliadora" e que "não
entre em disputas ou antagonismos" com o primeiro-ministro.
"Se não for assim, mesmo com as eleições,
continuarão a ter salários por pagar aos professores, falta de luz, falta de
água", entre outros problemas, observou Ramos-Horta, salientando ainda que
a Guiné-Bissau vai precisar de importar técnicos internacionais.
"A minha receita é simples: chamem técnicos
internacionais para vos ajudarem na reorganização do Estado", exortou José
Ramos-Horta, pedindo aos militares que deixem os políticos organizar o país.
Para o Premio Nobel da Paz, em vários países do mundo
os militares às vezes pensam que conseguem governar melhor que os políticos.
"É errado", destacou, referindo que o papel
de um militar não é governar, mas "defender a integridade territorial e a
soberania nacional", enfatizou José Ramos-Horta.
Tchogue /
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