quinta-feira, 2 de maio de 2013

Conselho de Paz e Segurança da União debate a questão guineense

O Conselho de Paz e Segurança (CPS) da União Africana (UA) reuniu-se na semana passada em Addis Abeba, Etiópia, para discutir, entre outras questões, a situação na Guiné-Bissau.

No encontro, o CPS disse ter tomado notas sobre as propostas apresentadas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) bem como as Nações Unidas (ONU) e a União Europeia (UE). As propostas da CPLP foram apresentadas por Moçambique, que neste momento preside a organização lusófona.

O CPS recordou as suas decisões anteriores sobre a situação na Guiné-Bissau, bem como a necessidade de um compromisso contínuo e sustentado entre os actores da Guiné-Bissau para fazer avançar o processo de transição. O Conselho fez um apelo no sentido de uma rápida conclusão do processo de adopção de um “roteiro de transição”, a finalização do “Pacto do Regime” e a formação de um governo inclusivo.

Nesse sentido, o CPS exortou os Estados-Membros e os parceiros internacionais para prestarem assistência à Guiné-Bissau, que “enfrenta muitos desafios, incluindo a organização de eleições gerais antes do final de 2013”.

Paralelamente, a UA reconheceu o importante papel que a CEDEAO tem estado a desempenhar na gestão e resolução da crise na Guiné-Bissau, e exortou os Estados-Membros e assim como a comunidade internacional para prestar a assistência necessária à Missão da CEDEAO na Guiné-Bissau (ECOMIB).

O encontro permitiu para que a União Africana se pronunciasse, pela primeira vez, sobre o tráfico de drogas na Guiné-Bissau, tendo a organização manifestada a sua profunda preocupação com o problema e o “suposto envolvimento” do chefe de estado-maior das Forças Armadas e das outras autoridades civis e militares nesta “actividade ilegal”.

O Conselho instou, consequentemente, as autoridades da Guiné-Bissau e à comunidade internacional para se envolverem decididamente na luta contra o tráfico de drogas, e que tomem medidas imediatas e eficazes contra todas as pessoas, civis ou militares, envolvidos nestas actividades.

Um outro assunto que mereceu uma tomada de posição foi a questão da exploração ilegal dos recursos naturais na Guiné-Bissau, nomeadamente a “pesca ilegal que ameaça a economia e o bem-estar do povo”. O Conselho condenou veementemente o caso de um barco com uma tripulação de Polacos e Português que foi detectado a pescar ilegalmente nas águas territoriais da Guiné-Bissau, de acordo com a UA. O Conselho exortou a UE a investigar e esclarecer este incidente, tendo em conta de que o Acordo de Pesca a UE e a Guiné-Bissau expirou desde Junho de 2012.

A reunião do Conselho de Paz e Segurança da União Africana decorreu antes do recente acordo entre as forças politicas do país, onde a data das eleições foi definida, assim como a necessidade da formação de um governo “mais inclusivo” de transição.

Criado em Marco de 2004, o Conselho de Paz e Segurança da União Africana é composto por 15 Estados-membros da Organização, dos quais 10 eleitos para um mandato de dois anos e cinco para três anos. Angola assumiu recentemente a presidência rotativa do Conselho de Paz e Segurança (CPS) da União Africana (UA).

Fonte: GBissau

1 comentário :

  1. Mais uma vez reitero a minha opinião de ser, esta reunião do Conselho de Paz e Segurança (realizada em Addis Abeba) um disparate no que as questões da Guiné-Bissau se refere, salvo seja reconhecerem que por sermos fracos e sem mínimos recursos infraestruturais de prevenção e vigilância, estarmos a ser espoliados dos recursos naturais sem que nada possamos fazer para travar os malfeitores que fazem parte desta parte civilizada que de forma patética tentam impor-nos as suas democracias pré-concebidas ao sabor de interesses ocultos.

    É no mínimo incrédulo assistir ao repetir do slogan "Governo de inclusão, base alargada ou como o queiram chamar" e realização das eleições até ao fim do ano como condições, sine-qua-non, para se proceder ao levantamento das sanções.
    Na verdade alguém no seu perfeito juízo acredita na factibilidade dumas eleições digno de nome, cumprindo os requisitos aceitáveis, para as alturas do final de ano? Existem condições para a realização dum recenseamento cabal aceitável? Elaboração dos cadernos eleitorais com toda a minucidade que se requer para a validação das mesmas? E como tudo isto tem custos de tamanho que se sabe a pergunta que se segue é como faze-lo sem dinheiro? Que eu saiba o salários vão para lá dos 5 meses que nem vê-los!
    Não é mesmo que se está a ver a comunidade dita internacional a brincar com a pequenhez do nosso País?
    Não tiveram mesmo razões (mais graves e anteriores ao 12 Abril) para se posicionarem da mesma maneira em relação ao País no passado?
    Não seria melhor tomarem (A Comunidade Internacional), a semelhança do que fizeram com oTimor-Leste, as rédeas da orientação e gestão transitória do nosso Pais, prepararem e organizarem umas eleições justas democráticas a luz do direito internacional, com a participação de todas as forças em igualdade de condições?

    Como isto me levava a um rol de perguntas e insinuações intermináveis prefiro parar por aqui, apelando aos meus concidadãos a uma reflexão profunda sobre as questões de fundo que assolam o nosso País e pela qual devemos, todos juntos, procurar uma plataforma de entendimento para sairmos deste impasse que só beneficia os nossos inimigos.

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